Em 31/01/2015 às 20h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

"Janeiro Negro" termina com saldo recorde de crimes na cidade e no seu entorno

As frequentes blitze da Polícia Militar tem surtido o efeito esperado no combate ao crime

As frequentes blitze da Polícia Militar tem surtido o efeito esperado no combate ao crime

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Janeiro de 2015 vai entrar para a história de Cataguases como o mês mais violento de sua história. Números que comprovem esta afirmação, porém, ainda não estão disponíveis oficialmente, mas tomando como base as notícias de crimes registrados pelas polícias Civil, Militar e Rodoviária - todas - divulgadas por este Site, chegamos a esta desconfortável conclusão. Ao todo, foram divulgadas vinte notícias sobre homicídios, assaltos, furtos e outros tipos de violência contra a pessoa. A situação, que começou a se desenhar grave ainda em dezembro, piorou definitivamente em janeiro com uma sucessão de assaltos a pequenos comércios da cidade e distritos.

A Polícia Militar reagiu com a Operação Cavalo de Aço, ainda em andamento e como prometeu o Major Fernando Miranda (foto abaixo), comandante da 146º Companhia Especial de Polícia Militar em Cataguases, está fazendo o seu trabalho para "reverter o quadro". Resultado preliminar da ação policial é a interrupção imediata dos assaltos. Desde o início da referida Operação, não foi registrado mais nenhum assalto. A Polícia vem fazendo apreensões seguidas de motocicletas que trafegavam irregularmente seja por falta de documentação ou por ter sido roubada. Várias pessoas foram detidas e presas e a sensação de segurança começou a ser percebida pela população que não entendia este surto de violência inédito em Cataguases e nas cidades vizinhas como Astolfo Dutra, Leopoldina, por exemplo.

imageO ano começou com a PM registrando o último homicídio de 2014, ocorrido no bairro Santa Clara. Ele prenunciou, na verdade, o que estava por vir. Poucos dias depois, o primeiro assassinato acontece em Astolfo Dutra, quando um hovem de 23 anos é perseguido de moto e morto a tiros. Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte, às margens da estrada que corta aquele município. Na noite de 11 de janeiro, Pablo Pereira de Oliveira foi morto a facadas após sair de uma festa no Bairro Carijós. Dez dias depois outro rapaz é baleado no bairro São vicente por uma dupla que passou de motocicleta. Ele levou um tiro na virilha e se recupera bem. Na tarde do dia 19, um homem que estava sentado na calçada em frente a sua residência, no bairro Imê Farage levou uma facada nas costas. No dia seguinte, dois irmãos brigam e um deles é socorrido com uma perfuração nas costas. O outro teve cortes na cabeça.

Mas o que chamou mesmo a atenção de toda a população foram os assaltos. Sequenciais, realizados sempre com a mesma metodologia, ou seja, dois rapazes armados em uma motocicleta, com o capacete na cabeça e sem usar de violência, e que escolhiam os alvos considerados pelos marginais mais fáceis para fugirem após a prática do delito, deixaram os cataguasenses apreensivos e com sentimento de impotência. E logo no segundo dia do ano foram dois desses somente em Cataguases: nos bairros Beira Rio e Pouso Alegre. Poucos dias depois, outra vez, dois assaltos em sequência: o primeiro no bairro Ibrahim e o segundo na Taquara Preta. O bairro Granjaria e o distrito de Sereno também foram alvo de assaltos. Por fim, ladrões assaltaram mercearia nos distritos de Ribeiro Junqueira (pertencente a Leopoldina) e pouco tempo depois, repetiram o delito em Vista Alegre, distrito de Cataguases.

Com a reação da Polícia Militar os assaltos cessaram, bem como assassinatos ou tentativas de homicídio. E marginais foragidos ou que estavam sendo procurados pela justiça começaram a ser presos. As operações de patrulhamento e blitze nas ruas têm apreendido número recorde de motocicletas; mais de dez pessoas envolvidas com o crime foram presas inclusive, em flagrante delito; diversos veículos foram recuperados e a PM prendeu um rapaz que estava a passeio em Cataguases mas que tinha em aberto contra ele um mandado de prisão por homicídio no Rio de Janeiro. Até remédio sendo vendido de forma ilegal a polícia descobriu e prendeu o rapaz que o comercializava. Menores de idade também se envolveram com o crime e, para encerrar as estatísticas, até um homem foi preso pela polícia após receber uma ameaça. Havia contra ele um mandado de prisão em aberto. 

O "janeiro negro" também deixa suas marcas nas estradas da região com acidentes. Morreram, por conta disso, o pastor Washigton e sua esposa, pessoas queridas, após perderem o controle do veículo na estrada próximo a São João Del Rei. A dor da família e de amigos ficou ainda mais forte porque era o aniversário dela. Na última quinta-feira, o produtor de eventos e músico, um dos fundadores do Grupo Aero e um visionário que queria fazer de Cataguases uma cidade de eventos musicais para atrair turistas, Osmar Antunes da Costa, morreu próximo a Cataguases, após bater de frente em um caminhão. Pouco mais tarde, dois homens que voltavam de Itamarati de Minas para Cataguases quando sofreram acidente na estrada sendo que um deles morreu na hora e o outro está gravemente ferido. Janeiro termina com um acidente estúpido na manhã deste sábado, 31, quando Luiz Antônio, que trabalhou muitos anos na extinta Papelaria Real e depois na Distribuidora Leone, perdeu o controle de sua bicicleta e caiu na rua tendo sua cabeça esmagada por uma roda de caminhão que passava naquele momento.

Definitivamente, este janeiro de 2015 não vai deixar saudade, mas, sim, muitas lições sobre segurança para os cataguasenses. Principalmente a lição de que não é esta a cidade que queremos para viver.


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Autor: Marcelo Lopes

Tags: crimes, janeiro, recorde, polícia, homicídio, acidente





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