Em 16/01/2015 às 07h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Emenda de José Augusto adia votação sobre criação de cargo e aumento de salários

Vereadores reunidos durante interrupção da sessão para apreciação da emenda de José Augusto (de costas, com camisa vermelha)

Vereadores reunidos durante interrupção da sessão para apreciação da emenda de José Augusto (de costas, com camisa vermelha)

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Após quase três horas de reunião extraordinária, os vereadores encerraram a sessão sem votar o projeto de lei de autoria da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cataguases que cria um novo cargo e aumenta salários de outros na Lei do Plano de Cargos e Salários dos Servidores da Câmara Municipal de Cataguases. O projeto de lei recebeu parecer favorável das Comissões e foi declarado legal pelo Procurador Geral do Legislativo, Ricardo Spínola.

imageO longo debate que tomou conta de toda a sessão, terminou com um discurso inflamado, com alguns gritos, do vice-presidente daquela Casa, Walmir Linhares, em que fez duras críticas ao projeto. Apesar de fazer parte da direção da Câmara, Walmir foi o único integrante da Mesa a não assinar o texto. Ele classificou aquela iniciativa como "vergonhosa" e, adotando uma postura de confronto com seu grupo político, pediu para que o projeto fosse rejeitado anunciando que seu voto seria neste sentido.

Antes porém, o vereador José Augusto Titoneli, um dos últimos a se pronunciar, fez uma proposta de emenda ao projeto. A sessão então, foi interrompida para que ele pudesse apresentá-la e ao ser reiniciada o presidente, Antônio Batista Pereira, o Beleza, informou que ela será inserida no projeto que, por isso, retornará às Comissões. Em seguida encerrou a sessão. Ao Site do Marcelo Lopes ele considerou o debate positivo e acrescentou que não há data definida para nova votação. "Talvez a gente só retome esta votação no dia 3 de fevereiro, em nossa sessão ordinária", revelou.

imageEm entrevista ao Site, José Augusto Titoneli, explicou sua emenda. "Nossa sugestão é feita no sentido de reduzir o impacto financeiro do projeto em questão e para fazer justiça com a base dos servidores da Câmara. Então eu propuz que o aumento dos assessores de nível 1 recebam um reajuste de duzentos reais ao invés dos cem reais previstos inicialmente e, em contrapartida, distribuir melhor os valores, reduzindo um pouco o que está sendo destinado para o cargo de Assessor Parlamentar II e de Contabilidade. Mas isto é um pensamento que será melhor analisado amanhã em reunião com a Mesa Diretora", acrescentou.

imageO discurso de Walmir Linhares repercutiu entre seus pares. O presidente da Casa, Antônio Beleza, disse ao Site que "a gente fica surpreso com várias coisas que acontecem com o vereador e até com pessoas de alguns programas de rádio que falam sobre o que não conhecem. Amanhã, vamos conversar com o Walmir, tenho certeza que ele pode fechar com a gente de acordo com esta emenda, mas a consciência é dele. Ele é independente, mesmo sendo da Mesa", disse. 

imageO vereador Serafim disse ter visto a atitude de Walmir "com muita naturalidade. Acredito que a Mesa Diretora saiu fortalecida com este debate.E fico feliz com a aceitação da minha proposta de aumentar o salário dos servidores da base da Câmara. Voltando ao Walmir, tem um ditado que diz o seguinte: cada cabeça uma sentença, então eu acredito que ele tá seguindo o caminho dele, a carreira solo e nesta carreira solo eu acredito que ele vai ser bem sucedido", finalizou. 

Para Geraldo Majella Mazini (foto abaixo), vereador que é contrário ao projeto em discussão porque aumenta as depesas da Câmara, analisou a proposta de emenda de seu colega José Augusto. "A forma como foi apresentada esta emenda está ainda muito recente. E vou ser sincero pra você; não consegui dominar qual a intenção dele. Eu, a princípio, sou contra a qualquer aumento que não seja trabalhado mesmo, onde a gente busque trazer uma coisa igualitária para os servidores. Eu tenho uma preocupação de ficar criando muito cargo e multiplicando valores. Eu quero um governo mais barato", frisou.

imageAinda durante a sessão, os pronunciamentos do vereador Aquiles Branco e de Joãozinho de Vista Alegre, mostraram que haviam arestas a serem aparadas antes de ser aprovado o texto. Aquiles foi o primeiro a "colocar o dedo na ferida". Ele reclamou em alto e bom som que não foi ouvido pelo grupo do qual faz parte e que, conforme lembrou "ajudei a eleger para a direção desta casa, não me procurou para ouvir minha opinião a respeito deste projeto. Sou Administrador de Empresas e sei que poderia dar minha contribuição neste sentido, mas ninguém me disse nada. Então eu voto contra", resumiu manifestando revolta.

imageJoãozinho de Vista Alegre mostrou-se preocupado com os compromissos anteriormente assumidos pela Câmara, como o de ajudar a prefeitura a pagar o Cine Edgard. "Quero saber se a criação destes cargos e o aumento de salários não vai impedir que a Câmara ajude a comprar o cinema", perguntou. Depois comparou dois projetos com quase o mesmo teor, sendo que o primeiro não foi votado porque era período eleitoral. O vereador perguntou quantas pessoas seriam beneficiadas no primeiro, bem como o seu impacto financeiro nas contas do Legislativo e a mesma questão para o projeto em pauta. Se as respostas que recebeu mudaram seu pensamento, ele só vai dizer na próxima sessão, às vésperas do Carnaval.
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Tags: emenda, salário, cargo, plano, servidores





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