Na manhã desta terça-feira, 25, dezenas de professores, pais e alunos da Rede Municipal de Ensino de Cataguases reuniram-se em frente ao Paço Municipal para manifestar contra algumas medidas que seriam adotadas nas escolas do município em 2015. Segundo a professora Micaela Graciolli, a intenção do movimento era chegar até o prefeito Cesinha Samor e, através de uma comissão de representatividade, conversar a respeito dos impactos que essas ações causariam, sobretudo, para processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.

Os manifestantes estavam indignados porque o prefeito teria recusado receber a comissão em seu gabinete e, por isso, eles afixaram, na fachada da Prefeitura Municipal, cartazes que resumem o sentimento do protesto. "Tem tanta coisa errada que nem cabe em um cartaz", dizia uma das mensagens escritas pelo grupo. Na manifestação, também estiveram presentes os vereadores Serafim Couto Spíndola e Walmir Linhares da Costa. 

Dentre as medidas consideradas prejudiciais para os alunos estão fechamentos de turmas e o retorno das salas multisseriadas. "Estamos lutando pela qualidade da Educação. Não queremos ver nossos alunos em turmas multisseriadas, porque isso é um crime contra a criança e contra o professor", ressaltou a professora Micaela, lembrando que um dos desdobramentos dessa manifestação se dará ainda hoje, às 13h, no momento em que o grupo, no Fórum, tentará falar com o Ministério Público sobre as medidas que representam um "retrocesso" para a educação no município, conforme destacavam os cartazes.

Enquanto os manifestantes continuavam a ocupar as escadas da Prefeitura Municipal, o prefeito Cesinha Samor recebeu a imprensa em seu gabinete, onde estava reunido com secretários de seu governo. O chefe do Executivo justificou que não atendeu o grupo que fazia o protesto, porque, justamente, estava em reunião, mas também devido ao fato de já ter se reunido com representantes do SINDUTE e do SINSERPU nos últimos dias. 

"O SindUTE esteve ontem comigo aqui e foi declarado para ele todas as perguntas que fez. Foi uma reunião muito proveitosa. Todas as perguntas que quiseram fazer estão na ata. Amanhã às 14h30 vou receber as mães dos alunos, mas elas não precisam fazer o que estão fazendo, porque já dei a resposta para o SindUTE e para o SINSERPU também, na quarta feira passada", declarou Cesinha, aproveitando para lembrar que nunca disse que vai municipalizar as Escolas Estaduais Coronel Vieira e Guido Marlière. 

"Eu sou um dos poucos que sou contra a municipalização do ensino. Ensino é coisa do Estado, não é coisa de Prefeitura. No meu governo não se fecha escola, nem vou municipalizar", concluiu Cesinha que não quis falar sobre as medidas criticadas pelos manifestantes, porque precisava dar continuidade à reunião interrompida. A Reportagem do Site do Marcelo Lopes, ao sair da Prefeitura Municipal, foi até a sede do SindUTE para ter acesso às atas que esclarecem quais os procedimentos que serão adotados a respeito das medidas consideradas prejudiciais para os estudantes, mas o local estava fechado. 

NOTA DA REDAÇÃO: O prefeito Cesinha Samor, bem como representantes do SindUTE não leram ou não entenderam a notícia publicada neste site no dia 19 de novembro último com o título "Prefeitura deve reduzir salas de aula na rede municipal, mas pode assumir duas escolas estaduais" (clique aqui para ler a matéria)