O Trio fez uma apresentação que não resistiu e cantou e dançou os sucessos do rock nacional
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Rodrigo Santos voltou a Cataguases em pleno Halloween – comemorado nesta sexta-feira, 31 de outubro - e, juntamente com sua banda, o power trio "Os Lenhadores", fez todo o público presente no Centro Cultural Humberto Mauro cantar e dançar, passando a limpo todo o rock nacional. Eles se apresentaram dentro do projeto Usina Cultural, idealizado, produzido e realizado pelo competente produtor Fausto Menta, com apoio da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e patrocínio da Energisa, através da Lei de Incentivo a Cultura de Minas Gerais.
Um dos melhores baixistas nacionais quando o assunto é rock, rodrigo já tocou com Leo Jaime, Lobão e Kid Abelha, só pra citar alguns nomes. Desde a década de 90 ele faz parte do Barão Vermelho como baixista e compositor. Seu parceiro de banda, o guitarrista Fernando Magalhães, estava ao seu lado no show cuidando das guitarras e vocais de apoio e, na bateria, ninguém menos que Kadu Menezes, simplesmente o melhor baterista do Brasil quando o assunto é rock (e isso não sou eu quem diz, mas a crítica nacional especializada). Kadu demoliu sua bateria com um vigor juvenil de fazer inveja a muito moleque de dezoito anos.
Talvez esse seja o grande diferencial de todo o Trio. Rodrigo Santos e sua trupe adoram tocar e demonstram alegria e paixão em estar no palco a cada canção apresentada. O Baixista e cantor é um frontman nato, sempre interagindo com a platéia, brincando e chamando a todos a participarem ativamente do show.
Um dos pontos altos do show foi a execução de "O Tempo Não Para", sucesso de Cazuza, numa versão pesada e personalíssima. Claro que não poderiam faltar sucessos do Barão Vermelho, como "Pense e Dance", Bete Balanço", intercaladas com canções de outras bandas pelas quais os músicos passaram e sucessos da carreira solo de Rodrigo.
Minutos antes de iniciar sua contagiante apresentação, Rodrigo recebeu este colunista e o jornalista Marcelo Lopes, editor deste Site em seu camarim para uma rápida entrevista. Bem humorado e muito solícito, Rodrigo Santos, foi um dos músicos mais agradáveis que tive o prazer de entrevistar. Confira abaixo os melhores momentos do nosso papo:
Você vai realizar alguns shows agora em novembro com inglês Andy Summers, o eterno guitarrista do The Police. Como se iniciou essa parceria? O Andy veio muitas vezes ao Brasil e realizou projetos com o Victor Biglione, Roberto Menescal e Fernanda Takay. Meu empresário já o conhecia e quando ele veio ao Brasil pela última vez divulgar seu livro de fotografia, ele acabou nos apresentando. Nós fizemos um som juntos e nos entendemos muito bem. Foi quando ele me mandou oito músicas suas para que eu usasse. Eu reescrevi alguns arranjos e letras e acabei gravando uma delas no meu último CD "Motel Maravilha". Essa foi a primeira parceria de Andy com um artista brasileiro. E nossa parceria tocando músicas do Barão Vermelho e The Police será o primeiro projeto dele no Brasil voltado para o rock. Faremos poucos shows este ano, mas estamos planejando algo maior para o ano que vem. Dois grupos tiveram grande influência no meu estilo de tocar, que foram o Beatles, por causa do Paul Mc Cartney, que também tocava baixo e cantava, e o The Police. Então pra mim, poder tocar com Andy Summers é muito gratificante.
Me parece que uma das apresentações de vocês será televisionada certo?
Sim, dia 11 e 12 de novembro nos apresentaremos no "Projeto Inusitado". O show será transmitido ao vivo pelo canal Bis, e além de eu e Os Lenhadores ao lado de Andy, participarão também Roberto Menescal e a cantora Cris Delano. Será um show meio Bossa Nova, meio rock.
Como você foi convidado a integrar o Barão Vermelho e como conseguiu imprimir seu estilo nas canções antigas, gravadas pelos baixistas Dé e Dadi, que lhe antecederam?
Quando o primeiro baixista Dé brigou com o grupo, eles logo me ligaram, mas, na época eu estava tocando com o Lobão, fazendo uma super turnê, tocamos no Hollywood Rock e em grandes estádios. Na época, claro, tive que recusar e eles acabaram chamando o Dadi (baixista que tocou entre outros, com os Novos Baianos). Porém, o Dadi gravou somente um CD e saiu, foi quando eles me chamaram novamente e dessa vez eu pude aceitar. No caso de imprimir meu estilo, eu primeiro tiro as músicas de maneira original, como foram tocadas, para só depois dar um aspecto pessoal as minhas linhas de baixo.
O que você acha que trouxe de diferente para o Barão em termos de bagagem musical?
Acho que principalmente esse lance dos backing vocals. Eu sou cantor e posso fazer arranjos vocais interessantes, coisa que os outros baixistas não faziam. Também tem o meu lado compositor de poder trazer canções novas ao Barão. E claro, meu futebol, porque eu modéstia à parte, jogo futebol muito bem, então é mais um craque pro time do Barão (risos gerais).
Falando no Barão Vermelho, qual o status do grupo?
O Barão se encontra inativo por tempo indeterminado. O Frejat e o Guto que são os fundadores têm outros projetos no momento e eu respeito isso. Paralelamente continuo com minha carreira solo ao lado d’Os Lenhadores e lanço CD novo o ano que vem. Também tem o trabalho ao lado do Andy Summers como eu já citei, então como você pode ver tenho um bocado de serviço. Mas quando o Barão estiver pronto pra voltar, eu também estarei preparado.
Veja fotos do show na galeria abaixo.
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