Em 30/09/2014 às 20h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Estiagem na microrregião ainda não provoca racionamento, mas economizar agua é preciso

Rio Pomba, um dos principais mananciais de água da região, mesmo com pouca água, ainda abastece a região

Rio Pomba, um dos principais mananciais de água da região, mesmo com pouca água, ainda abastece a região

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Não há dados estatísticos que confirmem o que está na boca do povo. Mas dá pra perceber que se esta não é a maior estiagem da história de Cataguases e região, é, certamente, uma das mais significativas. Setembro termina com um índice pluviométrico bem abaixo da média. No momento em que é escrita esta matéria, chove em quase todas as cidades percorridas pela reportagem. Caso se torne uma tendência e não uma simples "chuva de verão", a situação de abastecimento de água vai sair do estado de alerta em que está.

O clima seco, aliado ao calor tradicional desta região, propiciaram a repetição de cenas tristes ao longo deste período, como queimadas gigantescas e ameaçadoras. Paralelamente, a população, acostumada que está a ver os mananciais de água sempre cheios, não tem o hábito de economizar. O momento atual é propicio para uma mudança de costumes e de consciência a respeito do uso da água. Ou o ser humano passa a ter uma relação mais racional com a água ou ela faltará nos próximos anos. 

imageProva disso é a cachoeira Poeira D'água, na Usina Maurício. O leitor Eduardo Salgado da Gama esteve lá em duas ocasiões (8 de agosto e 16 de setembro) e fez fotos, gentilmente cedidas para ilustrar esta reportagem. Também há registros de nascentes perenes que agora estão secas e os rios revelam bolsões de areia antes nunca mostrados. São situações inéditas para quase a totalidade da população das cidades abordadas pela reportagem feita pela primeira vez em conjunto pelas equipes do Jornal Leopoldinense e Site do Marcelo Lopes. Abaixo o diagnóstico do abastecimento de água nas cidades da microrregião.

Cataguases- O rio Pomba está com seu nível bem abaixo do normal, porém, esta realidade não está comprometendo a captação de água pela COPASA. A informação foi prestada na tarde desta terça-feira, 30 de setembro, por José Carlos Alves, Encarregado de Sistema da Copasa no município. Ele informou que a captação de água atualmente é de 300 litros por segundo e que os reservatórios estão cheios, o que afasta a possibilidade de racionamento de água, conforme salientou. José Carlos, no entanto, aproveitou a oportunidade para pedir à população que faça uso racional da água. "O importante neste momento de estiagem, é economizar e evitar gastar água à toa com lavagens de calçadas, carros e ruas", lembrou.

Leopoldina - Apesar da estiagem, o abastecimento d’água em Leopoldina está normal, garantiu o gerente distrital da COPASA, Narciso Lanine Filho. Segundo ele, a captação de 160 litros por segundo na estação da Vileta é suficiente para o abastecimento de toda a cidade. No local onde é feita a captação no Rio Pirapetinga há sobra de pelo menos 50 litros por segundo. A vazão do manancial é três vezes superior à captação. O engenheiro informou que existe um projeto de aumentar a captação na Serra da Vileta para 180 litros por segundo. Mesmo se não chover nos próximos 60 dias não há risco de faltar água, garantiu o gerente da COPASA.

imageDona Euzébia - A situação é de normalidade, conforme revelou Cristiano Silva, Operador de Sistema da COPASA naquele município. Ele disse que o sistema de captação de água está funcionando normalmente, apesar da redução do volume de água disponível. Cristiano também informou que mesmo com esta forte estiagem a COPASA de Dona Euzébia ainda consegue fornecer água para Astolfo Dutra, em regime de urgência. Ele, a exemplo de seus colegas, também orienta os moradores a não desperdiçarem água.

Astolfo Dutra - Situação mais crítica da microrregião, aquele município vive um momento de dificuldade para levar água à população, conforme depoimentos de diversos moradores. Ao contrário das demais cidades, a captação em Astolfo Dutra é feita na Cachoeira do Zé Bigode, que fica na localidade conhecida como Parque dos Monjolos. Ela, ainda de acordo com a população, está com seu volume d'água reduzido à cerca de dez por cento do normal. O racionamento só não se tornou uma medida oficial por causa da água que está sendo servida pela vizinha Dona Euzébia. A reportagem tentou falar com o responsável pela Copasa naquele município, mas ele não atendeu às ligações.

Itamarati de Minas - A cidade, que ainda não é servida pela Copasa (o serviço está em fase de implantação), tem o abastecimento feito pela própria prefeitura. De acordo com a prefeita Tarcília Fernandes, não há problemas de abastecimento na zona urbana do município. "Nós temos registrado apenas falta de água esporádica em algumas propriedades rurais que tiveram suas nascentes secas". E completou: "Felizmente, agora a tarde está chovendo aqui e a gente torce para que esta situação se normalize", completou a prefeita. (Fotos de Rose Amaral e Eduardo Salgado da Gama)
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Autor: Luiz Otávio Meneghite e Marcelo Lopes

Tags: água, copasa, abastecimento, cidades, racionamento, seca





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