Uma multidão esteve na Praça para assistir ao filme que foi rodado em Cataguases
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A Praça Rui Barbosa ficou lotada com a sessão popular de pré-estreia do filme O Menino no Espelho, de Guilherme Fiúza. Mais de mil pessoas estiveram presentes para ver a obra rodada na cidade e, também, o ator Mateus Solano, que falou para o público. A exibição ocorreu na noite dessa terça-feira, 19 agosto, em dois locais distintos: a praça e o Centro Cultural Humberto Mauro, para convidados.
Baseado na obra de Fernando Sabino, o longa-metragem foi rodado em Cataguases, entre maio e agosto de 2012. Antes da pré-estreia, a equipe do filme concedeu uma entrevista coletiva à imprensa local. Estavam presentes o ator Mateus Solano, o diretor Guilherme Fiúza, o produtor André Carreira, o diretor de Arte Oswaldo Lioi, a produtora de arte Adriane Stael e o jovem ator cataguasense Murilo Quirino.
"Este filme foi uma surpresa para mim, porque cheguei aqui para fazer mais um trabalho e acabei encontrando o real motivo de fazer o que faço. O clima era de muito respeito à infância e os meninos estavam muito felizes, me vi criança através deles. Isso me emocionou e com certeza contribuiu para a composição de meu personagem, que é um pai severo, mas que também compreende o universo infantil. Achei o máximo a cidade e acredito que o cinema aqui só tem a crescer. Tudo é encantador, a arquitetura, as pessoas, o barulho do trem", disse Mateus Solano.
Quem estava com muita ansiedade e entusiasmado era o cataguasense Murilo Quirino, ele foi o personagem Pedro e se destacou no longa. "Lançar o filme aqui gera uma grande expectativa. É muito diferente sair de casa, ir ao cinema e assistir você mesmo. Estou muito feliz, quero muito ver a reação das pessoas. É uma pena não termos o Cine Edgard funcionando, a cidade merecia um cinema", disse o ator.
Ele conta que a oportunidade de participar do filme ocorreu de uma forma inusitada. "Os produtores estavam procurando locações na cidade e gostaram da casa de meu avô, quando foram conhecer a parte interna da casa eu estava lá e assim que me viram convidaram para os testes de elenco. Depois de muitas etapas, tanto em Cataguases como em Belo Horizonte, consegui o papel", comentou Murilo.
O diretor Guilherme Fiúza não poupou elogios ao jovem ator. "Foram mais de quatro mil crianças entrevistadas para selecionarmos apenas sete e o Murilo foi um dos escolhidos. Foi um feliz encontro e o mérito é exclusivamente dele. Todas as crianças que trabalharam no filme tiveram muita boa vontade, percebi que estavam felizes porque mesmo nos momentos tensos ou de repreensão estavam com o sorriso no rosto", disse.
Fiúza também afirmou estar há, aproximadamente, seis anos acompanhando o processo de formação do polo audiovisual da Zona da Mata. Ele defende que o cinema "se vive na prática" e está "muito satisfeito de ver tudo se concretizando".
A equipe enfatizou as características peculiares da cidade que favoreceram a produção. "O filme se passa na década de 30 e Cataguases foi um cenário extremamente genuíno. Os detalhes da arquitetura, das ruas, calçamento, casas, árvores, praças, tudo conspirou a favor. As pessoas daqui têm um olhar sensível e cuidadoso em relação ao patrimônio histórico e sua conservação, colaboraram de diversas formas", explicou o diretor de arte Oswaldo Lioi.
O produtor André Carreira, ao ser perguntado o porquê da escolha de Cataguases para realizar o longa, concluiu: "Às vezes as pessoas daqui ficam tão acostumadas com a cidade que não percebem no dia a dia a sua beleza e seus potenciais. Espero que o filme ajude as pessoas valorizarem ainda mais o patrimônio. Esta exibição na praça para toda a população é muito especial, estamos aqui para agradecer por tudo que fizeram pelo filme", falou André.
Após a sessão o público aplaudiu e elogiou a iniciativa. "As pessoas compareceram, isso mostra que sentimos falta de cinema, poderia acontecer pelo menos uma vez por mês. É uma pena não ter sido exibido em nosso Cine Edgard", disse Fátima Souza, professora aposentada.
A jornalista Luciana Mendonça também opinou. "Me emocionei muito com o filme, como cataguasense o olhar é ainda mais especial. Li este livro do Fernando Sabino para minhas filhas durante dois meses, todas as noites, vê-lo adaptado para o cinema foi maravilhoso. O diretor conseguiu traduzir muito bem a obra", afirmou.
Esta ação é uma iniciativa da Energisa e da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, juntamente com parceiros estratégicos como a Fábrica do Futuro, o Sebrae e um Consórcio Intermunicipal de Cultura com as prefeituras de Cataguases, Itamarati de Minas e Muriaé, se uniram para tornar a Zona da Mata de Minas Gerais um polo audiovisual. (Fotos: Márcia do Vale Machado)
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