Jenaine, funcionária demitida da Secretaria de Saúde, disse ter provas das irregularidades
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Duas ex-funcionárias da Secretaria Municipal de Saúde, demitidas na última semana, ocuparam a Tribuna da Câmara Municipal de Cataguases para denunciar o que consideram irregularidades que estão ocorrendo naquela Pasta. Outro assunto que dominou a reunião ordinária desta terça-feira, 19 de agosto, foi o projeto de lei que pretende tornar a Avenida Astolfo Dutra zona comercial. Ficou decidido que antes de ser votado em fase final, ele será tema de uma Audiência Pública que vai acontecer na próxima quarta-feira, 27 de agosto.
Jenaine Aparecida de Oliveira Silva e Elisângela Neila Soares Russi, trabalharam até semana passada na Secretaria Municipal de Saúde como contratadas. Ambas foram demitidas pelo Secretário Geraldo Antonucci sob a alegação de contenção de despesas. O motivo não satisfez Jenaine, que atuava como secretária de Antonucci, como ela disse aos vereadores e, revoltada, resolveu revelar o que considera irregularidades. Ela refutou o motivo de sua demissão com exemplos de outros funcionários daquela Pasta que, afirmou, não cumprem horário. Dentre eles, citou nominalmente a filha do saudoso médico Jaime Afonso Cruz de Sousa, o Jaiminho, a enfermeira Simone Sousa Montes. Segundo a ex-funcionária, Simone tem carga horária de oito horas e chega lá "a hora que quer".
A acusação mais grave, porém, ela reservou ao Secretário Municipal de Saúde, Geraldo Antonucci. Segundo contou, aquele secretário destinou, por duas vezes, um carro com motorista e um funcionário para irem com o seu filho ao Rio de Janeiro onde faz tratamento de saúde. O servidor seria um profissional de saúde com a missão de aprender os procedimentos específicos para tratar aquele paciente com exclusividade. E revoltada ela questionou: "Qual de nós temos este prestígio?" E por fim ela revelou que o prefeito Cesinha Samor esteve na sala do Secretário de Saúde quando teria lhe dito: "Eu quero, se vira nos trinta, eu quero que vocês façam o que puder para o Fernando Pacheco porque eu preciso do apoio dele na Câmara"(sic). Antes de encerrar seu pronunciamento, Jenaine disse ter provas e se comprometeu a apresenta-las aos vereadores.
Elisângela Russi (foto acima) era funcionária responsável pelo setor Tratamento Fora de Domicílio e disse que ao ser demitida a justificativa teria sido por que "você não tem perfil para este setor porque é muito boazinha", contou ela. Sobre Geraldo Antonucci ela foi enfática: "ele é perseguidor. Ele mandou um contratado embora porque ele não quis assinar uma multa de trânsito. Ele coage os motoristas". E também criticou Bernadete Garcia, que trabalha como uma das coordenadoras da Secretaria de Saúde. Segundo ela, "Bernadete é quem manda e não o secretário". Como exemplo citou o poder que ela detém: "Ela me proibiu de usar o transporte da saúde para levar os pacientes em consultas fora de Cataguases. Mas a doutora Ida, que trabalha no setor de Regulação da Secretaria pode ir à Juiz de Fora de carona", acrescentou.
Também era aguardado para aquela sessão a votação da Lei que torna toda a avenida Astolfo Dutra zona comercial. O assunto vem sendo debatido há três sessões e mobilizando a sociedade cataguasense porque vai, na prática, caso aprovado, legalizar a situação do Viking Lanches, que é réu em Ação Civil Pública por estar funcionando em local proibido. Mesmo os vereadores demonstrarem favoráveis a aprovação do projeto de lei, decidiram realizar uma Audiência Pública para tratar o assunto e se "resguardarem" de eventuais questionamentos na justiça. Assim, depois de muito debate, os vereadores aceitaram promover a Audiência que vai acontecer no dia 27 de agosto com o compromisso de votar o projeto de lei no dia 2 de setembro.
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