Os vereadores de Cataguases votam na noite desta terça-feira, 24 de junho, o Parecer Prévio do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais sobre as contas da administração da então prefeita Maria Lúcia Mendonça referente ao ano de 2002. A votação é esperada desde a semana seguinte à entrada da documentação naquela Casa, ocorrida em 15 de abril último. Os vereadores, porém, preferiram analisar com calma todas as informações vindas do Tribunal, mesmo sabendo que em 2004 seus pares à época, haviam aprovado estas mesmas contas que retornam agora a apreciação do Legislativo após técnicos daquele Tribunal encontrarem créditos adicionais superiores a R$2 milhões que segundo eles, teriam sido utilizados indevidamente.

A ex-prefeita Maria Lúcia Mendonça disse à reportagem do Site estar tranquila e confiante na aprovação de suas contas. "Acredito que os vereadores vão repetir a votação ocorrida em 2004 quando aprovaram estas mesmas contas. Estou muito tranquila porque não fiz nada de errado e o que aconteceu foi mero erro contábil, ou seja, não houve desvio do recurso em si, e sim um erro de escrita, tendo sido colocado o referido recurso em dotação equivocada, mas sua utilização foi correta. Tenho certeza que os nossos vereadores vão entender isso e votarão pela aprovação destas contas", completou a ex-prefeita, que hoje está afastada da vida pública.

Com a decisão dos vereadores de reanalisarem todo o processo enviado pelo Tribunal de Contas, Maria Lúcia também contratou o advogado e também vereador, Serafim Spíndola, para fazer sua defesa. Ele conversou com a reportagem do Site do Marcelo Lopes e disse que o julgamento desta terça-feira "é político" e afirma que este tipo de ação está "prescrita". Segundo ele, o Estado tem cinco anos para cobrar a devolução dos recursos daqueles que por ventura tenham lesado os cofres públicos.

"Já se passaram doze anos desde a ocorrência do fato e, além disso, tanto o Tribunal de Contas como esta própria Câmara votaram pela aprovação das Contas da ex-prefeita ‘com ressalvas’ no passado. Portanto, esta tentativa de ver reprovadas as contas da Maria Lúcia é meramente política", disse. Serafim afirma que "não houve desvio de recursos; o que ocorreu foi desvio de destinação por causa de uma ação burocrática, erro de escrita, possivelmente, contábil. E, além disso, Maria Lúcia saiu da prefeitura mais pobre do que entrou como todos nós já sabemos", finalizou ele. (Fotos: Arquivo)