Em 18/05/2014 às 13h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Mesa redonda reúne autoridades públicas em torno do debate sobre "Violência Contra a Mulher"

Anaína Pires ao lado dos militares Cabos Oneias e a Laudelina

Anaína Pires ao lado dos militares Cabos Oneias e a Laudelina

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O Conselho dos Direitos da Mulher (CDM), em Cataguases, realizou mesa redonda na noite de quarta-feira, 14, para debater o tema "Violência Contra a Mulher". O evento ocorreu no Centro Cultural Humberto Mauro às 19h30, com participação de Anaína Pires, presidente do CDM, Lívia Machado Milani, coordenadora municipal de Epidemiologia, Cabo Laudelina Teotônio Silva Gomes e Cabo Oneias Oliveira Costa, da Polícia Militar, José Luiz da Silva, coordenador do Programa Saúde da Família (PSF), Ana Carolina Almeida Damasceno, assistente social da Casa de Maria, e Cláudia Cerqueira, secretária do CDM que abriu os trabalhos revelando dados de âmbito nacional, estadual e local sobre o assunto tratado.

Conforme ressaltou Anaína, "existe infelizmente muita violência doméstica contra as mulheres em nosso município e resolvemos fazer esse evento para envolver vários atores em torno do fortalecimento de uma rede de proteção contra tal problema. Digo autores porque são pessoas que já estão ligadas diretamente com esses trabalhos", destacou a presidente do CDM.  Para ela, é importante poder fazer com que as mulheres percam o medo de denunciar caso algum tipo de abuso. "A mulher que sofre violência e não denuncia é porque tem medo e isso é uma doença. Nesse sentido a vítima tem que ser acompanhada, para que crie autonomia e, através da denúncia, busque colocar um ponto final na questão,", completou Anaína.

Lívia também defendeu a necessidade de se abordar o tema e revelou que, desde 2010, a violência doméstica começou a ser notificação compulsória. "Foram onze notificações em 2010, doze em 2011, treze em 2012 e cento e cinquenta e quatro em 2013", disse a coordenadora municipal de Epidemiologia, frisando que em 90% desse total foram violências contra mulheres e o agressor era homem em 84,5% dos casos. "A notificação de violência doméstica no setor Saúde é importante para fundamentar a implantação de políticas de saúde pública frente ao enfrentamento deste tipo de comportamento e o desenvolvimento de ações que estimulem a cultura da paz", explicou Lívia.

imageOs militares Oneias e Laudelina também se pronunciaram, revelando informações sobre o trabalho desenvolvido pela Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) em Cataguases. "Hoje, posso dizer que cerca de 97% das denúncias de violência doméstica que chegam à Casa de Maria são resolvidas e os 3% restantes são casos em que a vítima desiste de ser ajudada", contou Oneias. Segundo Laudelina, é notável que a mulher não sofre apenas violência física, mas também moral. Sobre o aumento nas notificações de violência doméstica no município, a policial acredita que "não é o índice que está subindo e sim as mulheres que estão denunciando mais".

Ana Carolina destacou que "a violência contra a mulher é uma violação de direito e é fundamental pensar que a mulher não busca igualdade, mas sim equidade, ou seja, garantia de ter os mesmos direitos que os homens", disse a assistente social, revelando ainda que o trabalho desenvolvido pela Casa de Maria junto às mulheres seguem dois vieses distintos, tanto em relação à violação de direitos, quanto na questão da emancipação e integração da mulher na sociedade. Sobre o atendimento do PSF, José Luiz explicou que existe um acolhimento específico para mulheres que sofreram violência doméstica. Segundo ele, as vítimas são recebidas e encaminhadas aos setores responsáveis quando há necessidade de examinar ou tratar ferimentos, bem como problemas decorrentes de violência sexual. José Luiz também ressaltou o trabalho desenvolvido através do Núcleo de Apoio à Família (NASF). (Fotos: Paulo Victor Rocha)

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Autor: Paulo Victor Rocha

Tags: violência, mulher, direitos, casa de Maria





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