Entrar no Centro Cultural Humberto Mauro e encontrar retratos de uma época onde a ditadura militar era o regime vigente. Este foi o cenário da exposição organizada pelo poeta Joaquim Branco, realizada no dia 25 de abril. Os poemas de resistência aos chamados "anos de chumbo" ali exibidos fizeram parte da história do Brasil, registrados por meio do informe periódico Totem, um coletivo de poetas e escritores de Cataguases daquela época.

Na exposição, além de nomes conhecidos como o de Joaquim Branco, Ronaldo Werneck e PJ Ribeiro, contribuições de todo Brasil, do Uruguai, do Chile e da Alemanha. Além de cartazes, poesias gráficas, como as de Hugo Pontes, permitem múltiplas interpretações, com um tom político e social que transpiram os conflitos da época.  

No evento, intervenções culturais com poesia, teatro e música, representadas pelo Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER), Bebeto Bittencourt, alunos do curso de teatro de Carlos Sérgio Bittencourt e estudantes das Faculdades Integradas de Cataguases (Grupo-Unis).

A exibição de fotografias do Grupo Totem, com fotos dos integrantes, experimentações e capas do periódico homônimo da época arrematam um período importante da história a ser rememorado e discutido a exaustão, assim como outras iniciativas de lembrança dos 50 anos do golpe militar, para nunca mais ser repetido. "O Totem foi uma continuidade de todo um trabalho que já fazíamos em Cataguases na parte cultural, sempre na tentativa de inovar na literatura. Desenvolvemos então o poema concreto, tentando uma leitura nova, onde a palavra escrita não seria importante e sim o visual", explicou o teatrólogo Carlos Sérgio Bittencourt. Além de Joaquim Branco, a organização da exposição também contou Eugênia Ribeiro e Natália Tinoco. (Fotos: Márcia do Vale Machado)

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