Na próxima quarta-feira, dia 2 de abril, acontecerá o movimento do Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O evento organizado pelo Grupo Amigos dos Autistas de Cataguases é coordenado pela psicóloga Carolina Gouveia e seu líder, Ernane Souza (foto abaixo), pai de uma menina autista, Lara Magalhães, de 5 anos. O grupo é composto por quatro crianças, além dos pais. O evento será realizado no Calçadão, no horário de 9:00h às 17:00h, onde os participantes vão distribuir panfletos com informações sobre o autismo e explicações de como identificar esta doença. Além de contar com a presença da fonoaudióloga Liamar Fernandes e da musicoterapeuta Renata Vieira, que irão ajudar a população no esclarecimento de eventuais dúvidas. Com o slogan: "Autismo, mais informação menos preconceito", o objetivo do grupo é informar a população de Cataguases sobre as dificuldades de tratamento, diagnóstico e, inclusive, dos pais para inclusão dessas crianças na sociedade como preconiza as organizações de saúde.

As principais características do autismo, utilizadas inclusive para diagnósticos, são chamadas de tríade de comprometimento: prejuízos na interação social, no processo de comunicação e na imaginação e presença de comportamentos repetitivos. Essa "tríade" faz com que os autistas geralmente tenham dificuldade em imitar gestos alheios e em entender metáforas. O Autista costuma apresentar também isolamento social, aversão a determinados sons, preocupação exagerada com coisas consideradas insignificantes e falta de empatia. No entanto, o diagnóstico é difícil e, em consequência disso, muitas pessoas não sabem que são portadoras da síndrome. 

A maior dificuldade para familiares e especialistas é o preconceito. "Há dificuldade de inclusão nas escolas, principalmente porque não existem professores qualificados para tratar desse assunto", ressalta Ernane, que completa dizendo: "Até o momento, somente uma escola da rede privada de ensino teve interesse em fazer a adaptação necessária para receber as crianças". Muitos autistas enfrentam entraves na vida social, devido à forma peculiar de relacionar-se socialmente. "Um diagnóstico correto poderia proporcionar melhor qualidade de vida para portadores da síndrome e também a seus familiares que poderão buscar a superar o preconceito produzindo conhecimento real do que é esta síndrome", explica a psicóloga Carolina.

Segundo ela, o mais importante nesse caso é a informação. "Outras pessoas vendo o movimento e a existência do grupo vão nos ajudar a agregar mais pessoas que possuem a síndrome, além de abrir os olhos da população para este fato. Pelo menos uma vez por semana, os pais se encontram para trocar experiências. Em dezembro, os pais e a coordenadora do grupo participaram de um curso em São Paulo, na Associação de Amigos dos Autistas (AMA), referência desse tratamento no Brasil. Durante aquele período, os pais tiveram a oportunidade de conviver com outras crianças autistas.

Em 2008, o dia 2 de abril foi escolhido pela ONU como Dia Mundial da Conscientização do Autismo. No Brasil, estima-se a existência de mais de 2 milhões de casos de autismo. No chamado de Dia A, em todo o mundo pessoas se vestem de azul e pontos importantes das cidades são iluminados de azul para chamar a atenção sobre a necessidade de se conhecer melhor o autismo.