Em 14/03/2014 às 07h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Conselho Municipal de Saúde adia decisão e Hospital Cataguases fica sem recursos para pagar funcionários

Geraldo Antonucci, Vasco Miranda e Eliermes Teixeira, durante a reunião

Geraldo Antonucci, Vasco Miranda e Eliermes Teixeira, durante a reunião

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O Conselho Municipal de Saúde, em reunião longa e tensa, realizada na noite desta quinta-feira, 13 de março, na Policlínica Municipal, decidiu analisar por sessenta dias o contrato assinado entre o Hospital de Cataguases e o Município que define os valores a serem repassados para aquela Casa de Saúde. A decisão deixou revoltados os representantes do Hospital que contam com estes recursos para pagarem os funcionários contratados desde que assumiu o serviço de Pronto Socorro, antes prestado pela Secretaria Municipal de Saúde e que, segundo revelou a Diretora Administrativa do Hospital, Maria Inês Dal Bianco, "não tem este dinheiro para honrar aquele compromisso".

A pauta da reunião extraordinária daquele Conselho informava que o objetivo seria "Apreciação, parecer e votação do Contrato de Convênio entre o Município de Cataguases e o Hospital de Cataguases". O referido documento já foi assinado entre as partes e tem até, conforme foi revelado no encontro, o "aval do Ministério Público". Dezoito dos vinte membros do Conselho participaram da reunião, além de representantes do Hospital de Cataguases, o Secretário Municipal de Saúde, Geraldo Antonucci, o assessor do prefeito, Alex Carvalho e os vereadores Michelângelo Melo Correa e Walmir Linhares, e o diretor clínico do Hospital, médico Ricardo Caetano de Souza, entre outros. Depois de duas horas de debate, o presidente daquela entidade, Vasco Fernando Miranda, colocou em votação a proposta que estipulava um prazo de sessenta dias para que os membros daquele Conselho pudessem estudar os itens do contrato já aprovado. Surpresos com a votação que esperavam fosse para aprovar ou não o referido documento, a maioria dos conselheiros votou a favor da proposta e, assim, foi adiado por dois meses, o prazo para aquele órgão dar um parecer sobre o referido contrato.

imageAntes da votação, porém, o Secretário Municipal de Saúde, Geraldo Antonucci, disse que o município não tem onde tirar o dinheiro para repassar ao Hospital  "porque não consta no orçamento da Saúde, nem no Plano Plurianual" o repasse desta verba, acrescentando que o prefeito, à época das negociações de transferência do Pronto Socorro para o hospital, assumiu que encaminharia àquela Casa de Saúde o mesmo valor que gastava com aquele serviço quando era de sua responsabilidade. De acordo com Maria Inês, a folha de pagamento que o Hospital precisa honrar na próxima semana é de R$496 mil fruto das contratações advindas com a instalação do Pronto Socorro nas dependências daquele Hospital. "Sem este dinheiro não teremos condição de honrar nossos compromissos", acrescentou. Médicos, enfermeiros e toda uma infraestrutura foi montada pelo Hospital para abrir o Pronto Socorro que está há 45 dias funcionando sem ninguém ter recebido um centavo até o momento, lembrou. Com o adiamento da decisão sobre o contrato, o diretor clínico do Hospital, Ricardo Caetano, visivelmente contrariado, disse estar preocupado com o futuro deste serviço e não descartou a possibilidade de que médicos deixem de atender os plantões até a regularização dos pagamentos.

Maria Inês foi franca ao se pronunciar. Ela disse estar "surpresa, preocupada e decepcionada com o rumo desta reunião. O hospital não assumiu sozinho o nível dois. Estavam todos presentes naquela reunião, inclusive o prefeito, que afirmou iria ajudar o hospital. Se o hospital não receber este dinheiro porque vamos continuar com o nível dois? O hospital não suporta este prejuízo. Se não pagar alguém vai trabalhar?", perguntou ela, indignada. A mesma reação teve o vereador Michelangelo Correa que lembrou aos presentes o ganho que a Saúde do município teve com a entrada em vigor do serviço de urgência e emergência do Samu e com o Pronto Socorro no Hospital. "Agora, as pessoas são atendidas na hora e sempre por um especialista, sendo que antes o serviço era de péssima qualidade, havia até exercício ilegal da profissão naquele Pronto Socorro", contou, também assustado com a possibilidade de não ver o contrato aprovado pelos conselheiros, como de fato ocorreu, encerrando a reunião com muitos dos que ali estavam preocupados com o futuro da saúde em Cataguases.

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Tags: Hospital Cataguases, Conselho Municipal de Saúde, Prefeitura de Cataguases





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