Motos e carros desrespeitam a sinalização de trânsito
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O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) regulamenta e garante por Lei que os idosos e deficientes tenham direito a vagas de estacionamento público. De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9.503/97), em seu artigo 181, inciso XVII, estacionar o veículo em desacordo com a sinalização para vagas exclusivas é uma infração que custa três pontos na Carteira de Habilitação, multa no valor de R$54,00 e remoção do veículo. Porém, nada disso vem acontecendo em Cataguases. Cenas de desrespeito ao que determina a lei são comumente observadas nas ruas da cidade e há, por parte dos deficientes físicos e cataguasenses conscientes, um desejo comum de que acabe este tipo de infração e que as autoridades fiscalizem, com rigor, o que se observa, na maioria das vezes, o flagrante e repetitivo desrespeito à esta lei.
Na última semana a discussão sobre o assunto ganhou as redes sociais. Muitos comentários e compartilhamentos demonstram a reprovação das pessoas para com o desrespeito à sinalização e, consequentemente, ao deficiente físico ou ao idoso. Para José Wellington, conhecido pelos amigos como Zé Piu, "é um absurdo e uma falta de respeito o que determinadas pessoas fazem com aqueles que são ou estão deficientes físicos". Após sofrer grave acidente em 2013, Zé Piu está com o movimento das pernas limitado e "agora que estou nessa condição, percebo o quanto é importante garantir vagas de estacionamento para deficientes físicos", disse. "Tenho a consciência tranquila, porque nunca desrespeitei a Lei, e considero uma injustiça saber que tenho direitos que não estão sendo cumpridos", completou.
Em sua página pessoal do Facebook, Zé Piu fez uma espécie de desabafo ao revelar que "muitas vezes buscamos uma rampa de acesso e ela está obstruída. Precisamos estacionar o carro, mas sempre tem outro ocupando o local que a Lei destinou para nós. Às vezes tem uns caras de pau que ligam o pisca alerta, como se não fossem demorar, mas é nesse momento que chegamos e ficamos a ver navios", comentou José Wellington, que também ressaltou a necessidade de se criar outras vagas para deficientes físicos, garantindo melhores condições de acesso para eles aos serviços básicos.
E faz um apelo: "Solicitamos ao nosso caro capitão Hélio (coordenador da Catrans) que nos ajude disponibilizando outras vagas nas ruas Coronel Vieira, próximo ao INSS, na praça Governador Valadares, onde precisamos de mais uma vaga, e também na Praça Rui Barbosa e outra próximo à Receita Federal", escreveu ele em sua página naquela rede social e que teve o pedido reiterado durante entrevista concedida a este Site.
Outra questão observada por José Wellington diz respeito ao estado das calçadas e vias que "estão ruins para uma pessoa comum, e infinitamente pior para os deficientes físicos", afirmou, citando também a falta de acessibilidade em alguns prédios públicos. Concluindo Zé Piu faz o seguinte questionamento: "Será que essas pessoas que ocupam as vagas dos deficientes se pudessem trocar de lugar com algum deficiente iria gostar de viver na pele as limitações e dificuldades de acesso que enfrentamos para chegar a estes locais?
O Coordenador da Catrans, Capitão Hélio Andrade, mesmo de férias, falou sobre o problema com a reportagem do Site. Ele, inclusive, propôs a realização de uma campanha de conscientização dos motoristas sobre o problema. "Não adianta apenas punir, porque o problema maior é a falta de conscientização", assegurou. Ele também explicou não existir um convênio entre Prefeitura de Cataguases e Polícia Militar para que ela fiscalize o trânsito na cidade. "Esta atividade é opcional para a Polícia hoje, já que o trânsito é responsabilidade do município", finalizou Hélio que quer a participação da imprensa nesta campanha educativa de trânsito.
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