Willian frisou a nova mentalidade do atendimento em rede na saúde
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O Diretor da Gerência Regional de Saúde de Leopoldina (GRS), Willian Lobo de Almeida, também ex-prefeito de Cataguases concedeu, no espaço de uma semana duas entrevistas exclusivas ao Site do Marcelo Lopes. Na primeira, que será publicada na noite desta quarta-feira, 12 de fevereiro, ele falou sobre Cataguases e a respeito de política, quando revelou se será ou não candidato a deputado. No segundo encontro, ocorrido nesta terça-feira, 11 de fevereiro, na sede da GRS-Leopoldina, que resultou nesta matéria, o ex-prefeito contou sobre as mudanças na saúde com a implantação do sistema de atendimento em rede, a inauguração do SAMU, a elevação do Hospital Cataguases para Nível Dois, além de Dengue e do tratamento às pessoas portadoras de transtornos mentais.
Administrando a saúde de quinze municípios "com o apoio dos secretários e dos conselhos municipais de saúde que realizam um excelente trabalho", destacou Willian, ele dedicou uma parte da entrevista para falar sobre dois problemas antigos no setor: Dengue e a internação de pessoas com transtornos mentais. "A Dengue - felizmente - este ano ainda não se confirmou a previsão de que teríamos muitos casos, principalmente, porque não choveu. Mas preciso dizer que somente o trabalho de prevenção, limpeza, aliado ao apoio de toda a população, vamos vencer esta batalha. Só passar o caminhão fumacê não resolve. É preciso um conjunto de esforços entre os agentes de saúde e a população para exterminar o mosquito", frisou acrescentando que o Governo do Estado "não tem poupado esforços no sentido de combater a Dengue".
Com relação aos hospitais para internação de pessoas com transtornos mentais, Willian disse ser uma prática em desuso. "Com o advento do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e o CAPS-AD, voltado para os dependentes de álcool e drogas, são uma nova forma de tratar estas pessoas que tem se mostrado muito mais eficaz porque há toda uma infra-estrutura dedicada à pessoa em tratamento, além de nutricionista, psicóloga, prática de esportes, trabalhos artísticos e a presença da família, que é fundamental", destacou. O diretor da GRS-Lepoldina acrescentou que o Governo do Estado está atento à esta realidade e vem incentivando a criação de CAPS nos municípios "porque a meta é acabar com os hospitais que cuidam destes pacientes", acrescentou.
Sobre as mudanças no sistema de Saúde em Cataguases e região, Willian disse que agora "a população precisa entender que fazemos parte de uma rede, ou seja, em Cataguases serão atendidos pacientes de diversas cidades, bem como em Leopoldina e todas as outras. Por isso é importante a gente ter consciência de que estamos falando de urgência e emergência. E, neste sentido, os gestores municipais precisam se preocupar com a atenção primária, o atendimento nos postos de Saúde junto com o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), para que as pessoas que precisam de consulta médica possam ser atendidas nestes postos e não no Pronto Socorro como ocorria até hoje. Isto, agora, acabou", frisou Willian. Ele lembra que o NASF hoje conta até com nutricionista, assistente social e educador físico, o que, conforme explica "nos leva a trabalhar em rede dentro do Posto de Saúde com o NASF. Se a gente fizer isso vamos conseguir resolver oitenta por cento de todos os problemas no próprio Posto, deixando os outros vinte por cento para a Rede de Urgência e Emergência", completou.
Outro problema de saúde muito comentado em Cataguases é a ausência de um médico neurocirurgião. O diretor da GRS-Leopoldina reconhece esta deficiência, mas alerta sobre outra, considerada por ele ainda mais urgente, que é a falta de uma UTI Neonatal. "Só esta semana nós, aqui da Regional, tivemos de correr para conseguir duas vagas nestas UTI's", revelou. Ele disse que a implantação dessas unidades de terapia intensiva voltada para recém-nascidos vai reduzir o índice de mortalidade infantil para menos de dez para cada mil nascidos vivos. "Com a Rede de Urgência e Emergência Cataguases vai ter uma UTI Neonatal que estará integrada à outros municípios e, ao contrário do que acontece hoje, ao invés de mandar pacientes para outras cidades vai receber os de fora", completou Willian Lobo.
Com relação a Cataguases voltar a fazer neurocirurgia, o diretor da GRS-Leopoldina é claro: "Nós não vamos ter um investimento imediato de neuro em Cataguases. Na verdade, ela (neurocirurgia) tem que justificar uma demanda porque não tem financiamento e nós sabemos que este tipo de serviço é para atender a cerca de trezentas mil pessoas. No passado Cataguases já teve este serviço que era custeado pelo governo federal, estado e município. Só que Cataguases, entre outros motivos que não cabe aqui citar, não atendeu o que era necessário e nós perdemos a neurocirurgia", explicou. Apesar da realidade, ele tranquiliza a população reforçando o papel da recém criada Rede de Urgência e Emergência. "É por isso que a Rede é importante, porque como temos um neuro em Muriaé, todos os pacientes para esta especialidade na região serão encaminhados para lá", destacou o ex-prefeito.
No próximo sábado, 15 de fevereiro, a Rede SAMU vai começar a funcionar. A Macrorregião Sudeste vai contar com Unidade de Saúde Básica, ou USB, ambulância dotadas de motorista e técnico de enfermagem que estarão estacionadas em cidades base como Cataguases e Astolfo Dutra, entre outras, preparadas para o atendimento menos urgente. Há, também, as Unidades de Saúde Avançadas, ou USA - ambulâncias dotadas com mais equipamentos e que contam no atendimento com médicos, enfermeiros e outros técnicos, para casos mais graves, conforme explicou Willian Lobo. Estas USA's, como revelou, estarão localizadas em cidades estratégicas como Juiz de Fora e Leopoldina, entre outras. "Apesar disso, esclarece o diretor da GRS, elas vão atender às cidades pertencentes à Rede. Se houver necessidade de socorro em uma delas, a Central em Juiz de Fora, vai deslocar a USA mais próxima da ocorrência para efetuar o atendimento. Por isso repito: Agora a saúde - naquilo que se refere a urgência e emergência - funciona em rede e não mais de forma municípal como ocorria até agora", acrescentou.
Sobre as obras no Hospital Cataguases para ser adaptado ao Nível Dois, Willian disse que foram feitas adequações na proposta inicial. "O projeto feito pelo hospital retornou duas vezes porque ultrapassou o valor do convênio com o governo de Minas que era de seis milhões de reais. Agora foi tudo acertado e, não tenho dúvidas, os recursos serão liberados nos próximos dias", contou. E novamente Willian lembra que o "Nível Dois não é só de Cataguases porque vai atender pacientes de toda a região que integra a Rede de Urgência e Emergência". E revela uma novidade: "Estamos em fase de experiência deste novo modelo e Cataguases tem quatro meses para se adequar à esta realidade. Mas se nao conseguir cumprir as exigências perde este status e tanto o hospital de Além Paraíba quanto o de Leopoldina poderão pleitear o nível dois", completa Willian que está otimista com o novo sistema. "Não tenho dúvida que vai dar certo e que a nossa região vai melhorar, com este novo modelo, significativamente o atendimento em saúde", finaliza.
Matéria modificada às 13h05 para alteração de texto.
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