Na madrugada da última segunda-feira, 5 de dezembro, populares que se encontravam no terminal rodoviário de Ubá foram  surpreendidos por um homem totalmente nu desfilando pelo local. A Polícia Militar foi acionada e, lá chegando, abordaram o cidadão levando-o imediatamente para o banheiro masculino da própria rodoviária, onde permaneceram por cerca de quinze minutos. Ao saírem carregavam o homem pelas mãos e pés – aparentemente desacordado -, o colocaram no porta malas da viatura (Fiat Palio) e foram para o Hospital Santa Isabel onde o cidadão deu entrada em óbito.
De acordo com o Boletim de Ocorrência os policiais que atenderam o chamado na Rodoviária relataram que o homem identificado como Rafael Lucas Clemente da Silva, 26 anos, ao ser abordado por eles estava descontrolado e agressivo, e que teria agredido pessoas próximas ao terminal, bem como os policiais no momento da abordagem, sendo necessário o uso de força moderada para contê-lo. Os PMs não souberam explicar  o que levou o rapaz à morte. As agressões não foram registradas em nenhum momento pelas câmeras do circuito interno de TV do local, nem tampouco foram confirmadas as agressões citadas pelos policiais. O vigia da Rodoviária, Mauro Paulino Brum, contou que Rafael “durante o tempo em que ele ficou na Rodoviária não agrediu ninguém, nem tampouco os policiais”, acrescentando que o rapaz foi levado à força para dentro do banheiro.
A Polícia Militar, através do Capitão Mendes informou que o comando do 21º Batalhão de Polícia Mílitar determinou a abertura de inquérito para apurar se houve abusos por parte dos policiais naquela abordagem. Os policiais não tiveram seus nomes revelados.
A mãe de Rafael, Marli Clemente, contou que o rapaz era usuário de crack e estava com problemas mentais. Ela disse esperar das autoridades as providências necessárias visando descobrir o que levou seu filho à morte e, caso haja culpados, que eles sejam punidos.
O corpo de Rafael Lucas passou por uma necropsia nesta sexta-feira, 9, a fim de descobrir a causa de sua morte. O laudo estará concluído em, no mínimo, trinta dias. O caso deverá ser acompanhado pelo Ministério Público. (Com informações de www.ubanoticias.com.br)