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Smartphones são ferramentas cada vez mais presentes em nosso dia-a-dia e objetos de desejo. Quem não tem sonha com um, quem já tem provavelmente está pensando em um upgrade para um modelo mais sofisticado. E com a imensa variedade de aparelhos no mercado, fica difícil escolher.
Não é raro os consumidores julgarem um aparelho pela marca, design ou tamanho da tela, quando na verdade há fatores muito mais importantes que não são levados em conta. Por isso preparamos este guia de compras às avessas, mostrando cinco "armadilhas" comuns que você deve evitar para não se frustrar em pouco tempo.
Versões antigas do sistema operacional
Mesmo no final de 2013 ainda é possível encontrar no mercado smartphones, especialmente os de baixo custo, rodando o Android 2.3, uma versão do sistema operacional lançada em dezembro de 2010. Evite-os a todo custo. Com uma versão antiga do Android você não tem acesso a apps como o navegador Google Chrome e o assistente pessoal Google Now, melhorias de usabilidade como interface e teclado aprimorados, e pode deixar seu aparelho (e as informações armazenadas nele) exposto a falhas de segurança que já foram corrigidas em versões mais recentes do sistema.
Existe um bom motivo para os fabricantes ainda lançarem aparelhos com versões antigas do Android: o hardware provavelmente não é poderoso o suficiente para rodar as versões mais recentes. E em vez de melhorar o hardware, o que elevaria o preço do aparelho, os fabricantes decidem "economizar" no software.
Quando o Android 2.3 foi lançado, o Nexus S era topo de linha. E ele já teve três sucessores
Uma dica: se o smartphone não aguenta uma versão recente do Android, provavelmente logo irá engasgar também com os apps modernos, levando à frustração. E nunca compre um smartphone com uma versão antiga do Android esperando por uma atualização do sistema: ela provavelmente não irá chegar, especialmente se for um aparelho de baixo custo.
Procure aparelho com no mínimo o Android 4.0 e dê preferência ao Android 4.1, uma versão do sistema que já traz todos os principais recursos modernos incluindo o assistente pessoal Google Now e melhorias no desempenho. Assim você não fica perdendo nada.
Pouca RAM
Você achou um aparelho Android 4.1 baratinho? Ótimo! Mas antes de comprar, verifique quanto de memória RAM ele tem. Não estou falando da memória interna onde os arquivos são armazenados, geralmente medida em 4, 8, 16 ou 32 GB. Estou falando da memória de trabalho, usada pelo sistema e aplicativos enquanto eles estão rodando.
A maior parte dos smartphones modernos tem 1 GB de RAM, e os modelos mais sofisticados já estão adotando 2 ou até 3 GB. Mas ainda há no mercado muitos aparelhos de baixo custo com 512 MB de RAM, e eles não valem a pena.
O problema acontece na hora de rodar múltiplos apps ao mesmo tempo (e no Android sempre há múltiplos apps rodando): o aparelho vai engasgar, demorar a abrir os apps ou fechar um para abrir o outro, o que pode ser especialmente irritante quando você perder um e-mail que estava escrevendo porque decidiu parar para responder a uma mensagem no Whatsapp. Foi o que vimos ao analisar durante este ano aparelhos como o LG Optimus L4 II Tri ou o Huawei Ascend G510.
Pouca RAM também limita as chances de um upgrade do sistema operacional, já que versões mais recentes do Android exigem mais RAM que as antigas (com exceção do Android 4.4 "KitKat", mas isso é algo ainda não comprovado na prática) para rodar.
E como saber quanta RAM há seu smartphone? Consulte a ficha técnica dele no site do fabricante, quase sempre esta informação está lá.
Pouca memória interna
O sistema operacional, os apps e os arquivos (fotos, vídeos e músicas) armazenados em seu smartphone ocupam espaço na memória interna. E quanto menor ela for, mais rápido vai "lotar". É como ter um armário pequeno demais no quarto, que não tem espaço para todas as suas roupas.
Para complicar, a memória interna nem sempre é o que parece. Os fabricantes relatam a capacidade total do chip de memória (4 GB, 8 GB, 16 GB), mas "se esquecem" de avisar que parte dessa capacidade está ocupada pelo sistema operacional e aplicativos pré-instalados, e o espaço realmente disponível ao usuário é menor.
Em um smartphone com 4 GB de memória interna, pouco mais de 2 GB estão disponíveis. Em um modelo com 8 GB, cerca de 5,5 GB. E em modelos de 16 GB geralmente há cerca de 12 GB que podem ser utilizados. Um cartão de memória microSD pode amenizar o problema, mas há um porém: a maioria dos smartphones Android só permite instalar aplicativos na memória interna, e o cartão só pode ser usado para armazenar arquivos do usuário, como fotos, vídeos, músicas e documentos.
Mesmo quando é possível mover apps para o cartão, nem todos podem ser movidos. Especialmente jogos, que são os maiores "fominhas" quando o assunto é memória interna. Um jogo moderno como Asphalt 8: Airborne, da Gameloft, pode facilmente ocupar 1,6 GB.
Asphalt 8 é um jogo lindo e divertido, mas sozinho ocupa mais de 70% do espaço disponível em um
smartphone com 4 GB de memória interna. Pense no uso que fará do aparelho antes de comprar
Portanto, nesse quesito o melhor é levar em consideração o uso do aparelho antes de fechar a compra. Se você pretende apenas navegar na web e usar redes sociais um aparelho com 4 GB de memória interna pode ser o bastante, desde que você a complemente com um cartão microSD de pelo menos 4 GB para armazenar suas fotos e músicas. Se pretende jogar, invista em um aparelho com pelo menos 16 GB. E atenção: nem todos os smartphones Android tem slots para cartões microSD, fique atento na hora da compra.
Câmeras de baixa resolução
Um sensor de 8 MP é a norma em câmeras para smartphones Android, e os modelos mais sofisticados estão usando câmeras com sensores de 13 ou até 20 MP. Mas ainda é possível encontrar muitos smartphones baratinhos com câmeras de baixa resolução, com sensores de 2 ou 3 MP. Fuja delas.
Nós mesmos costumamos dizer que "Megapixel não é sinônimo de qualidade de imagem", e isso no geral é verdade, mas nos smartphones há uma diferença notável de qualidade entre uma câmera de 3 MP e outra de 5 MP. Mesmo que você não pretenda tirar fotos com seu aparelho, quando o fizer irá inevitavelmente se decepcionar se estiver usando uma câmera de baixa resolução. 5 MP é realmente o mínimo aceitável.
Imagem feita com uma câmera de 3 MP. Cores ruins e pouca nitidez
Outro detalhe importante: muitos smartphones de baixo custo tem uma câmera sem flash. Para muitas pessoas ele não é importante, mas se você costuma sair à noite com os amigos e quer usar o smartphone para registrar a "balada" ele é essencial. Uma câmera frontal também pode ser útil, para auto-retratos e videochamadas.
O mercado informal
É impossível andar por um centro de comércio popular nas capitais e não esbarrar com pelo menos uma lojinha ou camelô vendendo smartphones Android a preços muito atraentes. Alguns aparelhos são "cópias" de modelos populares como o Galaxy S4, iPhone ou Lumia 920, outros são "designs" próprios. Não preciso dizer, mas todos eles devem ser evitados.
Em primeiro lugar porque muitas vezes não cumprem o que prometem. Não é raro ver modelos anunciados com "câmera de 8 MP e 16 GB" que na verdade tem uma câmera de 3 MP e 2 GB de memória interna maquiados. O preço baixo é reflexo do hardware: geralmente os fabricantes usam apenas o necessário para que o sistema rode e o aparelho faça chamadas, ou seja, processadores incrivelmente lentos, o mínimo possível de RAM e baterias com baixísima capacidade.
Quer um "iPhone" baratinho com Android? Ele existe, mas a qualidade...
São aparelhos que vão engasgar assim que saírem da caixa, e que não vão aguentar até o fim de um dia típico de uso sem que precisem ser recarregados no meio da tarde. Já se perguntou porque muitos deles vem com uma bateria extra na caixa? Você VAI precisar dela.
E na busca pelo menor preço possível, a qualidade desaparece. Baterias que deixam de reter uma carga em pouco tempo, telas sensíveis ao toque que deixam de funcionar em poucos meses e botões que não funcionam direito são comuns. E quando o aparelho der defeito, quem vai lhe prestar assistência técnica? E a garantia? O vendedor pode até dizer que "se der defeito a gente troca", mas quem garante que ele estará ali daqui a três meses?
Sem contar as questões legais: contrabando, sonegação de impostos e a falta de homologação na Anatel, ou seja, a garantia de que o aparelho está de acordo com as normas de telecomunicação vigentes no país e não coloca o usuário, e as redes, em risco. Em breve estes aparelhos poderão até ser bloqueados pelas operadoras. Ou seja, são muitos "poréns" em troca de um preço atraente.
Prestando atenção a estes cinco itens você poderá rapidamente determinar se aquele "negocião" não é na verdade uma furada. Boas compras!
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