Na noite dessa terça-feira, 3 de dezembro, a sessão ordinária da Câmara Municipal de Cataguases recebeu o Secretário  Municipal de Saúde Geraldo Antonucci, a coordenadora de Epidemiologia, Lívia Machado Milani, e o coordenador do Núcleo de Controle de Endemias, Alencar Francisco Norte Júnior, para dar continuidade ao assunto tratado na Audiência Pública sobre Dengue, realizada no dia 30 de outubro deste ano.

Em seu pronunciamento, Lívia revelou informações sobre o "Plano de Contingência da Dengue" e disse que uma nova epidemia poderá acontecer no próximo ano, em Cataguases, pois, foi comprovada a introdução do sorotipo D4 da doença no município e, como em Cataguases nunca houve registro desse vírus anteriormente, toda a população está suscetível a ele. Conforme informações do "Plano de Contingência", em 2014, a previsão é a de que serão 1.465 casos de Dengue no município, mas o número real de pacientes acometidos pela doença poderá ser bem maior, porque muitos casos não são notificados.

A coordenadora de Epidemiologia também falou a respeito das ações de prevenção e combate à Dengue, revelando que serão realizados mutirões de limpeza nos bairros,  três ciclos LIRA’a, 6 ciclos de tratamento focal, além de 24 ciclos quinzenais de pesquisa entomológica  e de tratamento focal e peri-focal em pontos estratégicos. As campanhas de educação em saúde também continuarão sendo desenvolvidas pelos agentes do Núcleo de Controle de Endemias.

A previsão de recursos necessários para atender à população também foi abordada na ocasião e, sobre este assunto, o vereador Michelângelo de Melo Correa disse estar "preocupado", pois acredita que o número de leitos e de profissionais disponíveis no Pronto Socorro não será suficiente em caso de uma epidemia. Além disso, também falou sobre outros assuntos relacionados à Dengue, dentre os quais tocou na questão da limpeza urbana. "A cidade está suja e o lixo é um agravante para o problema da Dengue. Corrijam-me se eu estiver errado", destacou Michelângelo, propositor da Audiência Pública que deu origem aos debates na Casa.

Para o vereador, é preciso uma intervenção do Exército, na tentativa de minimizar o risco de epidemia de Dengue e, além disso, o ideal é a contratação de mais médicos e técnicos de enfermagem, a disponibilização de mais leitos no Pronto Socorro e o atendimento diferenciado para as crianças com suspeita de Dengue. O secretário de Saúde revelou que a contratação dos profissionais já está sendo realizada e que mais seis leitos serão instalados.

O vereador Antônio Batista Pereira (Beleza) compactuou com a ideia de Michelângelo no que diz respeito à intervenção do Exército e também ressaltou o problema do lixo nas ruas. Para o vereador José Augusto Guerreiro Titoneli, além das questões já levantadas, é preciso que sejam realizados mais mutirões de limpeza e campanhas educativas.  O vereador Aquiles Branco também se pronunciou a respeito do assunto tratado, sugerindo a realização mais intensa de combate à Dengue em locais de maior incidência da doença, de acordo com dados estatísticos. 

Alencar destacou que este tipo de trabalho já é realizado e disse que os 54 Agentes de Controle de Endemias realizam trabalhos não só nos locais críticos, como também em todos os demais bairros do município. Após o pronunciamento dos vereadores, a palavra foi aberta ao público e um dos pronunciamentos foi feito por Adolfo Vechi do Vale, morador do bairro Vila Tereza. Ele destacou que "onde houver o homem, haverá erros. Onde houver a mente, haverá ações maléficas, mas onde estiver trabalho coletivo, haverá progresso".