Em 25/09/2013 às 08h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Um grande debate marcou a sessão da Câmara Municipal de Cataguases
desta terça-feira, 24, durante a apreciação do Ofício Número 990/2013/1º PJC,
do Ministério Público, requisitando "informações sobre as denúncias anexas
e as providências adotadas para apuração de suposta irregularidade" que
teriam sido praticadas pelo vereador Serafim Spindola. De acordo com o
documento o vereador mantém um contrato com a Prefeitura em que vende saibro
para o município, o que seria ilegal. Ao final, por oito votos a seis,a Câmara
recusou a abertura de uma Comissão Processante contra Serafim Spindola.
O Ministério Público recebeu denúncia anônima afirmando que o
vereador Serafim Spindola teria dito num programa de radio da cidade ter
"uma empresa em nome de um laranja para fornecer um serviço para a
prefeitura de Cataguases. Disse que não pode dizer o valor do contrato firmado
com a prefeitura porque senão o imposto de renda pega ele (sic). Vereador pode
prestar serviço para a prefeitura mesmo usando nome de um laranja? Fugir do
imposto de renda é sonegação fiscal? Até
o momento ninguém fez nada porque as pessoas tem medo dele no município. As
provas estão na gravação do programa de rádio do Gomes na rádio Ativa",
finaliza a denúncia anônima aceita pelo MP.
No dia 3 de setembro último o Ministério Público encaminhou a
denúncia à Câmara que, de acordo com o seu Regimento Interno, determina que sua
aceitação implica, automaticamente, na instauração de uma Comissão Processante
contra Serafim. Os vereadores se dividiram sobre o tema com entendimentos favoráveis
à criação da referida Comissão e outros defendendo a aprovação de uma Comissão
de Assuntos Relevantes. O presidente da Câmara, vereador Fernando Pacheco,
disse não ter outra alternativa a não ser colocar em votação o requerimento do
Ministério Público, o que significaria votar a criação da Comissão Processante.
José Augusto Titoneli, por sua vez, lembrou aos colegas que o MP está
"apenas pedindo informações sobre o episódio e, portanto, não tem que
criar comissão alguma".
Serafim Spindola, fez sua defesa, dizendo que não queria assinar o
contrato com a Prefeitura. "Esperei quarenta dias para assinar, exatamente
porque não queria vender saibro ao Município. Mas, por outro lado, como aquela
saibreira é a única em Cataguases, e já vendia há trinta anos para a
prefeitura, e também para não recair nas minhas costas a responsabilidade da
falta de manutenção das estradas de nossos distritos, assinei o contrato",
explicou. Ele completou sua defesa afirmando que o assunto poderia ser tratado
por uma Comissão de Assuntos Relevantes e que tem o "maior interesse em
esclarecer todos os fatos sobre este assunto".
A partir daí vários vereadores se manifestaram e depois de muita
discussão, o presidente da Câmara decidiu colocar o tema em votação explicando
que a votação seria nominal e que os vereadores deveriam votar sim pela criação
da Comissão Processante. Mais uma vez, nova polêmica entre os edis que queriam
definir no voto entre a opção apresentada pelo Presidente da Casa e a Comissão
de Assuntos Relevantes. Fernando Pacheco, no entanto, reiterou sua decisão e encaminhou
a votação que deu vitória, por oito votos a seis, a Serafim, que não será
investigado por uma Comissão Processante.
Veja agora o voto de cada vereador sobre a criação da Comissão
Processante.
Antônio Batista Pereira (Beleza) – Não; Antônio Gilmar de Oliveira
(Canjica) – Não; Aquiles Branco – Sim; Fernando Pacheco Fialho – Sim; Fernando Amaral
– Não; Geraldo Majella Mazini – Sim; João Manoelino da Silva Bolina – Não; José
Augusto Titoneli – Não; Luiz Carlos da Silva Sodré (Russo) – Sim; Maurício
Rufino – Sim; Michelângelo de Melo Correa – Não; Paulo Sérgio Ribeiro Ventura (Aritana)
– Sim; Vinicius Machado – Não e Walmir Linhares – Não. O resultado, porém, não
agradou a plateia e minutos depois chegou uma pizza que foi dividida e distribuída
entre o público que assistia à sessão.