Em 20/09/2013 às 08h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A clínica funcionava naquele endereço havia quatro meses, conforme revelou ao Site, o próprio Alexsandro. Antes ela funcionava em Cataguarino, mas também foi interditada, segundo ele mesmo revelou. Pastor na igreja Labaredas de Fogo, que funciona, segundo ele, no bairro Popular, é de lá que vem o dinheiro para as despesas da clínica. Ele afirma ser a única instituição para recuperação de dependentes químicos que não cobra mensalidade de seus internos. "Aqui cada um dá o que pode e se quiser doar. É um trabalho voluntário que faço de tirar estas pessoas das ruas e das drogas", revelou. Alexsandro também pediu aos internos que confirmassem o que ele dissera e dois deles teceram elogios ao trabalho do Pastor e à clínica, reiterando que mesmo depois de interditada continuarão no local onde, ainda conforme o Pastor, trabalham melhorando a parte física da instituição.
O local é um enorme galpão coberto apenas por telhado com bancos como os de igreja, dispostos ordenadamente, além de poltrona, uma mesa que seria para jogos e uma TV pequena. Mais à frente, em outra área estão os banheiros e no lado oposto os dormitórios, minúsculos e com dois beliches, onde dormem quatro homens em cada cômodo. Pelo espaço Alexsandro (à esquerda na foto ao lado) paga um aluguel de R$1500,00 que é custeado pela igreja que comanda. Ele disse também ter recebido promessa de ajuda de políticos da cidade, mas que "até agora nada fizeram". Enquanto isso, completa ele, "estou arrumando o espaço do meu jeito e não da forma que a Fiscalização quer, porque pra isso eu não tenho condição. A Comad (Comissão Municipal Sobre Drogas) está me ajudando. É a única. Fui muito prejudicado aqui até por pessoas que se trataram comigo e hoje tem suas clínicas aí fora", contou.
Para os fiscais do município, no
entanto, aquele lugar não pode sequer ser chamado de clínica para reabilitação
de dependentes químicos, porque segundo eles, falta-lhe cumprir diversos
artigos da "Lei das Clínicas" e Resolução nº 29, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. A clínica, que tem o nome de "Resgatando Vidas" já havia
sido notificada pela Fiscalização de Posturas do Municipio em 18 de julho
último quando foi descoberto que não tinha alvará de localização. A mesma
clínica também descumpriu um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC – com o
Ministério Público em que deveria ter se adequado à legislação que regula
aquele tipo de atividade. E não mantém em seus quadros, nenhum profissional de
saúde, o que também é obrigatório. Ao final, Pastor Alexsandro, disse que após a
interdição de sua clínica ele iria mudar o nome da instituição, mas continuará
recuperando dependentes químicos.
Veja na galeria abaixo as fotos do local onde funcionava a clínica.