O biólogo Elcio Ferreira e o coordenador do Núcleo de Controle de Endemias, Alencar Norte Júnior,pedem à população que se mobilize e faça uso das práticas de prevenção à dengue, para evitar uma epidem
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O inverno ainda nem terminou e Cataguases já registrou dois casos suspeitos de dengue, um no bairro Taquara Preta e outro no Beira Rio. Conforme informou o coordenador do Núcleo de Controle de Endemias,da Secretaria Municipal de Saúde, Alencar Francisco Norte Júnior,em ambos, o setor já realizou o bloqueio da transmissão, que consiste na utilização de inseticida num raio de cem metros das residências onde foram detectados. "O bloqueio é preventivo, pois ainda não há a confirmação sorológica, mas numa inspeção feita pelos agentes de saúde, foi encontrada na região a larva do mosquito transmissor da dengue, o aedesaegypt", explicou.
Alencar e o biólogo e educador em saúdo daquele setor, Elcio Amaral Ferreira, explicaram que o surgimento dos casos suspeitos é em função das chuvas que começam a cair e do desleixo da comunidade. "Os cuidados para se combater os criadouros do mosquito transmissor devem ser adotados o ano todo. Para se ter uma ideia, as larvas do mosquito que encontramos nas proximidades das casas das pessoas com suspeita da doença estavam na caixa d’água e em um tambor. É bom lembrar que o ciclo do mosquito dura de sete a dez dias e se fizer uma limpeza semanalno quintal, por exemplo, o morador já evita que a larva se desenvolva", explicou Elcio.
O que preocupa o Núcleo de Controle de Endemias, no entanto, é a introdução no município do vírus dengue tipo 4. "Desde 1982 este vírus não era detectado no Brasil. Em 2010 ele surgiu na região norte e já chegou à nossa cidade. O grande problema é que a população não tem imunidade a este vírus, o que pode provocar um surto da doença nos próximos meses", explica Alencar Norte, informando que, para isso, o Núcleo de Controle de Endemias vem trabalhando duro, visitando residências, dando palestras em escolas, e mobilizando a comunidade, a fim de criar multiplicadores das práticas de prevenção à doença – única forma de evitá-la.
"É bom lembrar que a dengue não tem remédio específico para o seu tratamento. É uma doença que pode se agravar e evoluir para um quadro hemorrágico, caso o paciente tenha alguma debilidade ou doença pré-existente. O tratamento da dengue consiste na ingestão de líquido e repouso", lembrou Alencar, acrescentando que em casos suspeitos o paciente deve iniciar a ingestão imediata de líquidos e procurar o Posto de Saúde mais próximo e sempre solicitar ao médico que notifique a suspeita, pois este é um dado importante para o setor começar a agir com maior intensidade.
Em 2013, Cataguases registrou 1.503 casos de suspeita de dengue, dos quais 1.279 foram confirmados, após o exame de sorologia, e um óbito, por complicações da doença. Segundo o coordenador Alencar Norte Júnior, esse número já foi resultado da chegada do vírus dengue tipo 4 em Cataguases, pois, segundo ele, até então, a cidade só havia registrado os tipos 1 e 2.
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