Prédio do CCBB-BH foi projetado em 1926, inaugurado em 1930 e tombado pelo Iepha em 1977
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O Circuito Cultural Praça da Liberdade, um dos maiores e mais importantes redutos da arte, da cultura e do entretenimento no país, ganha mais um reforço de peso. Foi inaugurado nesta terça-feira (27), na capital mineira, o Centro Cultural Banco do Brasil, que passa a integrar o complexo da Praça da Liberdade. Agora, já são nove os espaços existentes no Circuito Cultural, em que predomina a diversidade artística. Desde 2010, data de sua implantação, o local já atraiu quase dois milhões de visitantes.
A solenidade de inauguração contou com as presenças do governador Antonio Anastasia e da presidente Dilma Rousseff. Até o fim de 2014, o Circuito Cultural Praça da Liberdade vai reunir 12 espaços, entre museus históricos, artísticos e temáticos, centros culturais, bibliotecas e espaços para oficinas, cursos e ateliês. Os três últimos espaços estão em processo de implantação: a Casa Fiat de Cultura, o Inhotim Escola e o Museu do Automóvel. O CCBB está aberto ao público já a partir desta quarta-feira (28).
Ao lado da presidente da República, Dilma Rousseff, o governador de Minas, Antonio Anastasia, destacou que o Circuito Cultural Praça da Liberdade já representa um dos grandes legados, não só para os mineiros, mas para turistas e artistas de todo o mundo. "Nós temos na cultura um valor intrínseco ao ser humano. Temos a necessidade de cultura, porque ela alimenta nossa alma, alimenta nosso intelecto. E quando nós tivemos em Minas, há alguns anos, a ideia do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, foi com esse propósito, de termos aqui prédios transformados em casas de cultura, abertas à população para permitir uma grande interação entre as pessoas e a manifestação cultural não só dos mineiros, mas dos brasileiros e também de artistas internacionais", afirmou o governador.
Anastasia lembrou ainda, em seu pronunciamento, que, no mês passado, foi lançada uma nova museografia do Palácio da Liberdade, criada pelo curador e designer Marcello Dantas – aberta ao público neste mês. Outros museus já abertos à visitação no circuito são o Espaço TIM UFMG do Conhecimento, que tem um dos oito planetários mais modernos do mundo e um observatório de última geração; o Museu das Minas e do Metal, que utiliza a tecnologia de forma lúdica e criativa para apresentar o universo dos metais, dos minérios e seus componentes; e o Memorial Minas Gerais – Vale, que instiga o visitante a descobrir a história e os costumes mineiros de uma forma diferente e interativa. Ainda fazem parte do complexo o Centro de Arte Popular da Cemig, a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, o Arquivo Público e o Museu Mineiro.
Após caminhar pela Praça da Liberdade e admirar os prédios que compõe o Circuito Cultural, Dilma Rousseff enalteceu a iniciativa do Governo de Minas em transformar o local, símbolo da história do Estado, em um reduto da memória e da arte. "Hoje eu fico muito feliz em estar aqui, junto com o Banco do Brasil, fazendo com que esse prédio seja visto, seja admirado, seja utilizado, seja usado pelas pessoas de Belo Horizonte. Como sede do Governo de Minas, essa praça foi objeto, foi espaço e foi lugar de vida e de muitas situações históricas do nosso país. Por isso, nada mais importante que, também, preservar essa história, preservar a memória e preservar a nossa cultura. Ao ver tudo isso que vi hoje tenho certeza que essa Praça da Liberdade está sendo reinventada", disse a presidente.
Centro de arte e entretenimento
Com investimentos de R$ 37 milhões para reforma, restauro e aquisição de mobiliário e equipamentos, o CCBB-BH abrigará 1.200 metros quadrados de área para exposição, teatro com 270 lugares, sala multimeios (170 m²), sala de programa educativo, cafeteria, lanchonete, loja de produtos culturais e área administrativa. Nessa primeira etapa, serão 8.000 m² abertos ao público, e mais 4.000 m² na segunda fase, totalizando 12.000 m² de área construída.
Este é o quarto Centro Cultural do Banco do Brasil. O primeiro foi aberto em 1989, no Rio de Janeiro – os outros ficam em Brasília e São Paulo. Para a estreia da programação, o CCBB Belo Horizonte recebe a exposição internacional Elles: Mulheres Artistas na coleção do Centro Pompidou. A mostra apresenta obras do acervo do Centre Georges Pompidou – Musée National d’Art Moderne, de Paris, que abriga a maior coleção de arte moderna da Europa. A exposição de abertura tem entrada gratuita e fica no CCBB-BH até 21 de outubro.
O público terá acesso a uma nova perspectiva sobre a história da arte moderna e contemporânea, abrangendo um período que vai do início do século XX aos dias de hoje, com obras de arte em diversos suportes (pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações), produzidas por cerca de 70 artistas mulheres de diversos países, entre elas: Frida Kahlo, Louise Bourgeois, Sophie Calle, Nan Goldin, Diane Arbus, Cindy Sherman e Suzanne Valadon.
Partindo de um debate relacionado ao papel feminino na história da arte, a exposição apresenta também as artistas brasileiras Anna Bella Geiger, Lygia Clark, Anna Maria Maiolino, Rosângela Rennó e Rivane Neuenschwander.
Espaço histórico
O prédio do CCBB-BH foi projetado em 1926, pelo arquiteto Luiz Signorelli, inaugurado em 1930 e tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), em 1977. Já abrigou, entre outras as secretarias de Segurança Pública e de Interior e Justiça, e, por fim, a de Defesa Social. Há três anos foram encontradas no pátio interno do prédio 800 armas – revólveres, garruchas e punhais antigos – enterradas.
As obras de restauração e adaptação do prédio foram iniciadas em agosto de 2009. O espaço foi modernizado, ganhando novas instalações. A área dos fundos do subsolo ao terceiro pavimento foi adequada para teatro e espaço multiuso.
Assina a restauração arquitetônica e artística do prédio do CCBB o arquiteto Flávio Grillo. Pós-graduado na Itália em Restauração de Monumentos e Centros Históricos, já executou, entre outros, projetos em monumentos históricos, a Praça da Estação (Belo Horizonte) e as igrejas de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo (Ouro Preto-MG). Coube à arquiteta Eneida Silveira Bretas a elaboração do projeto arquitetônico que adaptou o prédio para criação dos espaços necessários às atividades do Centro Cultural.
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