O Programa Conversa Franca, que vai ao ar na Rádio Brilho FM, das dez horas ao meio dia, apresentado por Sousa Mendonça, abordou nesta terça-feira, 13, o episódio que ficou conhecido como "Escândalo do Cemitério". Para falar do assunto compareceram o presidente da Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara Municipal de Cataguases, Maurício Rufino, que apurou as irregularidades cometidas no local e o ex-Procurador do Município Roosevelt Pires. O terceiro convidado foi o presidente da Apae e do Lions Clube de Cataguases, Paulo Lúcio Rodrigues. O jornalista Marcelo Lopes, editor deste site, participou ao lado de Sousa Mendonça, como um dos entrevistadores.

No programa desta terça-feira o objetivo era esclarecer possíveis descontos que o então Procurador do Município, Roosevelt Pires, teria dado a determinadas pessoas que o procuraram quando foram sepultar parentes, o que seria contra a lei. Na verdade esta afirmação foi feita por um dos acusados de terem cometido desvios de dinheiro do Cemitério através da venda ilegal de túmulos, Waldecir Machado Taveira. Roosevelt confirmou ter concedido descontos a "quatro famílias de baixa renda" acrescentando que tinha poderes legais para fazê-lo, porque o prefeito à época, Willian Lobo de Almeida, baixou um decreto neste sentido. Ele pediu – e foi atendido - a Maurício Rufino que fizesse uma correção no Relatório Final, que será encaminhado ao Ministério Público, acrescentando as palavras "segundo Waldecir Taveira", antes da afirmação de que Roosevelt concedeu descontos em sepulturas.

Durante o programa Marcelo Lopes revelou ter recebido duas novas denúncias sobre problemas no Cemitério. A primeira delas veio através da rede social Facebook, quando um leitor do site, ao acompanhar um enterro na última sexta-feira, 9 de agosto, presenciou um cena considerada por ele "estranha". Ele anexou ao seu texto algumas fotos reproduzidas nesta matéria. O jornalista levou o fato ao conhecimento do Secretário Municipal de Serviços Urbanos, Nicolau Siervi e do Procurador Geral do Município, Sirley Garcia Cardoso, com quem esteve na Prefeitura, na tarde desta segunda-feira, 12. Veja o que o leitor escreveu: 

- Meu caro hj tive a infelicidade de enterrar um ente querido e tb tive o desprazer de constatar um episodio do qual num pensei imaginar. Fomos nós no cortejo ate o devido tumulo quando ao chegar deparamos com um caixão no mesmo e ficamos todos surpresos, pois o coveiro disse: não tem saco plástico pra colocar a ossada, isso mesmo não tinha saco plástico pra colocar a ossada. Ficamos por 45 minutos esperando um tal de Mendonça chegar com saco plástico pra então retirar a ossada e o caixão antigo pra podermos então enterrar nosso finado. A que ponto chegamos (sic)."

A segunda denúncia foi feita ao advogado Eduardo Barcellos, um dos responsáveis pela apuração do Escândalo do Cemitério. Ele contou ao jornalista Marcelo Lopes ter recebido informações anônimas afirmando que outras pessoas – além das já divulgadas - teriam vendido túmulos no cemitério, citando especificamente duas pessoas, que o Site vai manter em sigilo por não ter documentos que comprovem o envolvimento delas. O mesmo texto anônimo que Eduardo Barcellos recebeu afirma que funcionários do Cemitério estariam utilizando material de construção da prefeitura para fazer manutenção em túmulos fora do horário de expediente. 

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