Em 12/08/2013 às 14h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Rouhani defende indicados para gabinete; Parlamento do Irã inicia debate

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O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse nesta segunda-feira que escolheu um gabinete capaz de tirar o país da crise econômica e do isolamento diplomático, mas algumas indicações devem enfrentar resistência do Parlamento.

"O seu voto de confiança nos ministros não é só um voto para os indivíduos, mas um voto para todo o governo e seus planos", disse o recém-empossado presidente no início do debate parlamentar.

Rouhani é um clérigo moderado de médio escalão, que se elegeu com o apoio de eleitores centristas e reformistas, mas que também tem boas relações com conservadores.

Ele disse que indicou nomes de todas as facções políticas, levando em conta sua experiência, e não suas afinidades políticas. Muitos dos eventuais ministros são tecnocratas que trabalharam nos governos do moderado Akbar Hashemi Rafsanjani e do reformista Mohammad Khatami.

Conservadores criticaram a indicação de Bijan Zanganeh ao ministério do Petróleo. Embora seja visto como um gestor competente e experiente, muitos o consideram próximo demais de líderes reformistas que encabeçaram protestos contra uma suposta fraude na eleição presidencial de 2009.

Zanganeh e Mohammad Ali Najafi, indicado para a pasta da Educação, visitaram o líder supremo do regime islâmico, aiatolá Ali Khamenei, depois da eleição de 2009 para transmitir queixas de líderes oposicionistas que agora estão sob prisão domiciliar.

Os conservadores se referem aos protestos pós-eleitorais de 2009 como uma "sedição", e quase todos os reformistas foram expurgados de cargos importantes nos últimos anos.

O deputado conservador Ruhollah Hosseinian previu no sábado que 80 por cento dos indicados para o gabinete serão aprovados, segundo a agência de notícias Isna.

Segundo ele, o Parlamento irá barrar aqueles "que fizeram declarações no Parlamento e não se distanciaram da sedição".

Hossein Shariatmadari, indicado diretamente por Khamenei para editar o influente diário Kayhan, escreveu em editorial na segunda-feira que "o lugar dos que estiveram presentes na sedição é na prisão, não no ministério".

Em seu discurso da segunda-feira, Rouhani disse que o ministério do Petróleo exige "diplomacia ativa", e manifestou aval a Zanganeh para o cargo.

Além de recuperar a economia iraniana, Rouhani promete também melhorar a imagem internacional do país, abalada por declarações de seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, que pregava a extinção de Israel e questionava o Holocausto.

O provável futuro embaixador do país será Mohammad Javad Zarif, que estudou nos EUA e foi embaixador iraniano na ONU. Rouhani disse na segunda-feira que a política externa do seu governo buscará "prevenir ameaças e aliviar tensões".

O Parlamento deve votar as indicações ministeriais ainda nesta semana.

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Tags: indicações ministeriais - presidente do irã - votação





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