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A empobrecida Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira a reabertura da zona industrial de Kaesong, operada em conjunto com a rica Coreia do Sul, minutos depois de Seul sinalizar a intenção de desativar o complexo permanentemente.
O Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia, um órgão norte-coreano, propôs negociações com Seul para normalizar o projeto e disse que a segurança dos sul-coreanos em visita às instalações será garantida.
Adotando um tom excepcionalmente conciliador, o comitê disse em nota divulgada pela agencia de notícias KCNA que seu objetivo é "promover uma nova fase de reconciliação, cooperação, paz, reunificação e prosperidade, ao normalizar a operação na zona de Kaesong".
A declaração circulou cerca de 90 minutos depois de a Coreia do Sul anunciar medidas para indenizar os prejuízos de empresas que operam em Kaesong, o que foi amplamente visto com um passo no sentido de desativar definitivamente um projeto que é visto como o último símbolo de cooperação entre os países rivais.
Kaesong é uma das poucas fontes de divisas internacionais para o recluso regime comunista norte-coreano. As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra, pois seu conflito de 1950 a 53 terminou apenas com uma trégua, não com um tratado de paz.
A decisão de acionar um fundo securitário governamental para indenizar 109 pequenas e médias empresas sul-coreanas presentes em Kaesong surgiu após dez dias de silêncio norte-coreano a respeito de uma "oferta final" de Seul para reabrir o parque industrial.
Seul elogiou a mudança de postura da Coreia do Norte e aceitou a proposta para uma negociação no dia 14 em Kaesong, que fica no território norte-coreano, a poucos quilômetros da fronteira.
"Esperamos que uma solução racional seja encontrada (...) para a normalização da zona industrial de Kaesong", disse um porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação.
Não ficou claro se realmente o Sul tinha a intenção de desativar o projeto, o que representaria um duro golpe nas relações bilaterais. Mas, desde o início dessa crise, Seul nunca havia falado tão duramente.
A Coreia do Norte fechou em abril as fábricas do local, retirando todos os seus 53 mil operários e proibindo a entrada de matérias-primas vindas do Sul, no auge da tensão nuclear entre os dois países.
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