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Por causa das férias e do horário de visitas ampliado (às 9h às 17h30), as visitas guiadas ao Congresso Nacional alcançaram em julho o recorde de 18.632 pessoas, o maior da história da Casa legislativa. Com isso, o número de passeios acompanhados de guias turísticos chegou a 90 mil no semestre.
Ávidos por fotografar tudo, os turistas muitas vezes deixam os guias constrangidos com suas perguntas. "A pergunta da vez é sobre os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Eles [os visitantes] perguntam se é daqui que os deputados e senadores requisitam os aviões. Outra pergunta comum é se os parlamentares trabalham, se são ladrões e quanto ganham", contou à Agência Brasil um dos guias que preferiu não ser identificado.
Situações como essas, segundo o guia, são superadas com respostas protocolares. Ele disse que explica aos visitantes que informações sobre salários e uso de aviões devem ser feitas diretamente aos órgãos responsáveis da Câmara ou do Senado.
Quando a indagação versa sobre o trabalho e a conduta dos parlamentares, os guias aproveitam para falar da importância do voto consciente. "Sempre dizemos que eles [deputados e senadores] não estão aqui por indicação de parentes, e sim porque foram eleitos legitimamente para nos representar", explicou.
Entre os parlamentares, o que desperta mais curiosidade é Tiririca (PR-SP). "Sempre perguntam por ele. Na semana passada ele estava na Casa e quando foi reconhecido pelos visitantes veio para tirar fotos", disse o guia. Explicou que os monitores não apontam deputados ou senadores. Mas, quando os turistas os reconhecem, muitas vezes procuram o parlamentar para tirar uma foto.
Quando a visita é completa, o que só ocorre aos fins de semana e feriados, o percurso feito pelo turista nas dependências do Congresso pode durar uma hora e meia. Além fazer o trajeto de todos os dias, que inclui os salões e plenários das duas Casas, admirar obras de arte – entre elas algumas assinadas por Athos Bulcão e Francisco Ceschiatti – e ter informações sobre a importância do Parlamento na história do Brasil, o visitante tem a oportunidade, no fim de semana, de entrar no gabinete do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e na sala de audiências do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Eu, meu marido e meu filho mais velho viemos [a Brasília] tirar o visto para os Estados Unidos e aproveitamos para conhecer a cidade. Por ser brasileira, a gente quer saber onde deputados e senadores trabalham. Minha maior curiosidade era ver essa rampa, que fica em frente ao prédio. Desde criancinha ela está na minha cabeça, eu via pela televisão e achava bonita", disse a empresária Renata de Freitas, de São Luís (MA).
O eletricista Adelson dos Santos, de Rio Verde (GO), esperava encontrar a Casa cheia. "Eu não sabia que eles não estavam trabalhando essa semana. Se fossem trabalhadores, como eu, como seria faltar duas semanas de trabalho?", perguntou. Como não votaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) até o dia 17 de julho, a Constituição determina que os parlamentares não podem tirar férias. No entanto, ausência dos parlamentares se deve ao chamado recesso branco, período em que não há sessões deliberativas nas duas Casas.
Franceses, alemães e norte-americanos são que mais visitam o Congresso brasileiro entre os estrangeiros. Para atender a esse público há opções de horários para visitas em inglês, francês e espanhol. Também é possível atendimento em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), basta fazer o agendamento pelo site da visitação. As saídas ocorrem a cada 30 minutos, do Salão Negro. Grupos com mais de 15 pessoas devem agendar a visita. Visitantes avulsos não necessitam fazer agendamento.
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