A Comissão de Assuntos Relevantes criada na Câmara Municipal de Cataguases para apurar eventuais irregularidades no Cemitério São José está finalizando seu trabalho, conforme informou o vereador e presidente daquele grupo de trabalho, Maurício Rufino (foto abaixo). Completam a equipe responsável pela apuração os vereadores Geraldo Majella Mazzini e João Manuelino da Silva Bolina. Maurício recebeu em seu gabinete a reportagem do Site do Marcelo Lopes para tratar do assunto e revelou ter havido fraude no Cemitério de Cataguases. O relatório final, com os resultados obtidos através da investigação, será lido no plenário da Câmara no dia 6 de agosto, quando as sessões ordinárias serão retomadas.

A partir de denúncias trazidas à Comissão pelo advogado Eduardo Barcellos e o ex-funcionário do cemitério, Valdecir Taveira, todas elas foram apuradas, revelou Maurício. Ao longo do período em que funcionou, a Comissão de Assuntos Relevantes recebeu depoimentos de dezesseis pessoas, "mas deveremos ouvir mais uma até o término de nossos trabalhos", informou Maurício. Todos eles consumiram mais de 600 folhas de papel que serão resumidas num relatório final de aproximadamente quarenta páginas, acrescentou aquele vereador. "Agora estamos terminando de cruzar os dados obtidos porque muita gente contou que havia fraude e provou o que disse. Ou seja: houve compra e venda irregular de túmulos no Cemitério de Cataguases", afirmou ele.

Agora, depois que apresentar o relatório final na Sessão Ordinária da Câmara, Maurício contou o próximo passo da Comissão: enviar cópias do relatório ao Ministério Público (MP) e ao Prefeito Cesinha Samor. "Estamos listando tudo o que precisa ser feito naquele Cemitério e esta lista também será anexada ao documento que vamos encaminhar ao MP e ao prefeito. Nossa tendência é encaminhar ao Ministério Público uma notícia crime, que é um instrumento que os advogados utilizam para narrar a ocorrência de crime, relatando os ocorridos no Cemitério, para que possam ser tomadas as providências cabíveis", explicou Maurício Rufino. 

O prejuízo causado aos cofres públicos com esta fraude que, de acordo com o vereador que preside a Comissão, vinha ocorrendo em sucessivas administrações, foi estimado em R$80 mil reais, mas hoje estaria em mais de R$200 mil. Este é o valor de uma ação ajuizada ano passado pela Prefeitura contra um dos supostos responsáveis pelo "Escândalo do Cemitério", como ficou conhecido este episódio. Nome, aliás, que Maurício Rufino, não concorda. Segundo ele "existem muitos escândalos no cemitério municipal. Existe uma má gestão do cemitério municipal desta gestão e das anteriores", afirma. Ele continua: "O Secretário de Serviços Urbanos está ausente do Cemitério. A gente tem cobrado ele e ele não tem respondido a gente (sic). Inclusive, nós ouvimos ele (sic). E o que devo falar dele no Relatório não é positivo, não", completou.