Localizado num cantinho da Zona da Mata de Minas, às margens da Rodovia MG-120, a nove quilômetros em direção ao aeroporto Vargem Linda, o Distrito de Piacatuba, pertencente ao município de Leopoldina, reúne arquitetura colonial preservada, religiosidade e um singular festival de viola que vem sempre acompanhado do que há de melhor na gastronomia mineira.

Para quem visita o lugar a primeira impressão que se tem é da arquitetura colonial que os moradores conservam com esmero e bom gosto. Logo quando se chega pode-se avistar lá no alto uma igreja. Aos poucos as casas se nos apresentam com cores vibrantes singularizando cada imóvel.

Residências e pontos comerciais mantiveram o estilo do período colonial quando a localidade recebeu pela primeira vez a presença humana. Data de 1823 a chegada dos primeiros habitantes. História que está escrita nos muros da única escola do lugar.

Na praça principal não tem como não ver uma torre. Dentro dela, todos de lá sabem, há uma cruz que fora queimada, diz a lenda, mas não se consumiu por forças divinas. Surgiu daí a história da cruz queimada que hoje é guardada a sete chaves no interior da torre. Ao lado desse monumento desce a Rua das Pedras, certamente a maior do distrito, em forma de "V", um dos mais singulares caminhos urbanos do país.

Festival - Nos últimos anos a vida cultural e econômica de Piacatuba vem passando por transformações efetivas por força dos festivais de viola, que têm dado ao lugar uma projeção. Por lá já se apresentaram Sérgio Reis, Almir Satter, Pena Branca, Pereira da Viola, entre tantos outros de igual nível.

O festival deste ano, que começa dia 24 de julho (quarta-feira) com apresentação de Keuton e Karen, segue no dia seguinte com Fabrício Conde e Mariângela Zan. No dia 26 começa a etapa regional dos violeiros tendo em seguida as apresentações de Walter Lages e Yassir Chediak. Dia 27 é a etapa nacional dos violeiros e a apresentação de Alceu Valença.

Friozinho - Com datas que coincidem com os períodos mais frios na região esses festivais promovem uma verdadeira revolução gastronômica, quando cozinheiras do lugar e chefs de cozinha de outras localidades produzem ali o que há de mais supimpa para o paladar, com muita arte e bom gosto. Piacatuba se transforma em local de prazer: Beleza arquitetônica, comida gostosa, música boa, gente bonita e clima ameno, tudo isso faz do evento um fato inesquecível na vida de quem por lá esteve.

Para a produtora e coordenadora do festival, Maria Lúcia Braga, o que se constata a cada ano é um crescimento, em termos de qualidade, cada vez maior, exigindo dos realizadores cada vez mais eficiência.

Maria Lúcia se estende em sua avaliação afirmando que o festival deixa sempre um saldo positivo para a população do lugar. "Além de dar uma substancial contribuição ao acontecimento com sua hospitalidade a população do lugar também cresce junta, contribuindo dessa forma para que o nome de Piacatuba se projete ainda mais, e de maneira bastante positiva, pelos quatro cantos do Brasil", garante Maria Lúcia. (Fotos: Washington Magalhães)