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Talvez seja o jeito despretensioso de fazer música que faz da Radiocafé uma banda com um som tão sincero. São eles que estão ali o tempo todo. Mas que essa leveza de levar a carreira não seja confundida com falta de comprometimento. Eles querem, sim poder viver do próprio som, desde que isso continue sendo divertido e amistoso. Conheça um pouco mais do grupo formado por Rafael Ski, Rodrigo Coura Dias, Eduardo Dudu e Tiago Viana. O show em Cataguases começa às 21 horas desta sexta-feira, 19, no Anfiteatro Ivan Müller Botelho.
Como foi o surgimento da Radiocafé?
Pé Viana: Em Cataguases, quatro músicos de diferentes bandas se reuniram para formar a Radiocafé. Nos juntamos para tocar alguns covers que gostávamos. O segundo show já foi em Juiz de Fora, e lá no meio do público estava o Ski (JF), que na semana seguinte assumiu a guitarra na banda. Nesse processo, o surgimento das músicas autorais foi natural e nos levou a gravar o primeiro compacto. Depois de um tempo, um velho amigo nosso, o Dudu (Juiz de Fora), se tornou o nosso baixista. Ele estava sem tocar já há algum tempo, mas quando fizemos o convite ele aceitou de pronto, comprou um baixo e já participou da gravação do nosso segundo EP, compondo várias linhas de baixo.
Em 2011, após um tempo longe dos palcos a gente retorna com músicas novas, muitas delas trazidas pelo quarto e último integrante Rodrigo Coura "Rods" (JF), que se tornou a nova voz da banda. Com ele veio um novo frescor e as ideias estão surgindo a cada dia.
Contem um pouco sobre o percurso da banda nesses sete anos de carreira.
Rafael Ski: A Radiocafé traz com ela muita amizade em todo essa trajetória. A gente com certeza tem mais amigos do que fãs. Muitas festas ótimas, shows grandes, minúsculos, muitas roubadas também, algumas brigas, mas tão poucas que nem dá pra lembrar. Entre nós, tudo é motivo para uma zoada, não pode dar mole se não vira alvo.
Já mudamos de formação algumas vezes, mas sempre quem saiu continuou fazendo parte de uma maneira ou de outra, e quem entrou nunca foi apenas um substituto, mas sempre alguém que trouxe algo novo, uma carga de experiências diferentes que se encaixa no perfil da banda.
Já gravamos em todo tipo de estúdio, de casa com microfone do pc a salas preparadas acusticamente com equipamento de primeira. O que vale é registrar o trabalho e mostrar pra todo mundo, até por que se a gente não grava acaba esquecendo como é que toca. (risos)
A gente não tem muita pressa pro sucesso, rola de continuar produzindo, tocando, gravando, sonhando e se divertindo só por mais uns 70 anos, até desistirmos. Mas fora de brincadeira, a gente leva a música muito a sério e com certeza tem expectativas de podermos viver do nosso som.
Para os que ainda não conhecem a Radiocafé, que tipo de som eles vão encontrar?
Rafael Ski: Bem, acho que o jeito mais fácil de explicar, ao invés de dar nome e sobrenome ao nosso som, é falar de algumas bandas que a gente gosta muito, que nos influenciam direta ou indiretamente:
The Beatles - quase redundante pois, esses caras influenciam metade das bandas do mundo - Radiohead, Blur - que inspirou o nome da banda com a música "Coffe and TV" - entre outras mais recentes, porém já influentes, como Kings of Leon, The Raconteurs e The Strokes.
Dessas, a galera pode encontrar covers nos nossos shows ou escutar com atenção e descobrir entre os acordes das nossas canções.
O que vocês contam sobre a idealização do primeiro videoclipe da banda?
Rafael Ski: Tínhamos uma música nova, a primeira criação com a nova formação. Logo de cara, já começamos a pensar na possiblidade de gravar um clipe pra ela. Já trabalho com vídeos há algum tempo, mas nunca tinha feito nada autoral. Confesso que dá muito mais trabalho (risos).
Então, fiquei uns dias falando sozinho, andando de um lado para o outro, tentando bolar um roteiro interessante, uma história que complementasse a música e não fosse apenas uma ilustração da letra. Queria que fossem crianças os protagonistas, pois a música fala sobre um descobrimento de um sentimento. Não me lembro como apareceu a ideia dos balões.
Toda a produção foi feita quase sem grana alguma, tudo com a boa vontade dos amigos. Conseguimos as locações, chamamos os filhos dos amigos e partimos para a gravação.
Enfim, acho que o resultado foi até melhor que o esperado e agora já ficamos mal (bem) acostumados com essa história de clipe e já estamos preparando coisas novas. Só aguardar!
(Entrevista concedida ao site Zine Cultural sessão Zine Entrevista de 27 de janeiro de 2012 e foto de Rafaella Pereira de Lima)
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