Em 18/07/2013 às 16h48 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A prefeita de Itamarati de Minas, Tarcília Rodrigues Fernandes, foi absolvida das acusações de compra de votos e do pedido de cassação em processo movido por Gésio Dias Ferraz, então candidato a vereador. O processo teve também como réus o ex-prefeito Herivelto Furtado Zanela (foto abaixo) e o então candidato a vice-prefeito Júber Célio Rodrigues. A sentença foi proferida na última quarta-feira, 17, pelo Juiz Eleitoral Maurício José Machado Pirozzi e publicada nesta quinta-feira, 18. Partidários da prefeita estão comemorando o resultado com fogos e a alegria tomou conta da cidade, conforme apurou a reportagem do Site.
A defesa dos réus foi conduzida pelo advogado Ricardo Zanella. Durante toda a tramitação do processo ele conseguiu descaracterizar cada uma das acusações atribuídas aos investigados. Dentre outras, destacam-se acusações de contratação irregular de mão de obra, realização de licitação fora do prazo estabelecido em lei, doação de material de construção e, inclusive, a testemunha Maria Lúcia do Valle Teixeira Aguiar declarou ter recebido "dois cheques no valor de R$ 75,00 cada, emitidos pela Prefeitura Municipal de Itamarati de Minas, para pagar consulta médica e que o intuito da benesse era para que votasse nos investigados", conforme consta na sentença do Juiz Eleitoral.
Sobre o pagamento de consultas pela prefeitura com cheques dados aos munícipes, o magistrado reconheceu ter ocorrido esta prática mas não como meio de troca pelo voto. Maurício Pirozzi, assim se expressou sobre o fato: "Tal prova não foi produzida, já que nenhuma das testemunhas foi acossada para votar nos candidatos da situação, tampouco sofreram discriminação perante outros eleitores, tanto assim, que, mesmo sendo da oposição, as eleitoras Maria Lúcia e Salete obtiveram o mesmo benefício de outros munícipes." Aquele magistrado completa seu raciocínio: "A meu ver, não se trata de hipótese em que máquina administrativa foi usada em favor dos candidatos da situação, sendo distribuídos para todos os munícipes que o requeressem, independentemente da posição político-partidária."
As demais acusações também foram refutadas pelo juiz eleitoral da comarca de Cataguases que completou: "Em nenhum momento os candidatos TARCÍLIA RODRIGUES FERNANDES e JÚBER CÉLIO RODRIGUES foram apontados ou sequer cogitados como partícipes de esquema de captação ilícita de sufrágio. Todas as condutas apontadas, inclusive as que restaram provadas, foram praticadas por outros agentes públicos que não os candidatos". E sobre a acusação de compra de votos, Maurício Pirozzi assim se posicionou: " No presente contexto, não há provas irrefutáveis de que as condutas imputadas tenham trazido benefício para a campanha eleitoral dos candidatos TARCÍLIA e JÚBER." (...) "Não há certeza de que algum eleitor tenha tido sua vontade viciada, preferindo os impugnados em detrimento odioso dos demais, em razão de benesses recebidas", destacou. Em seguida ele julga "improcedentes as pretensões decorrentes da Ação de Investigação Judicial Eleitoral e de Impugnação de mandato eletivo".
Tarcília Fernandes, primeira prefeita eleita de Itamarati de Minas falou no começo da tarde desta quinta-feira, 18, por telefone com a reportagem do Site do Marcelo Lopes sobre o término do processo. Ela disse ter sido a "vitória da verdade" e que estava "muito feliz" por ter obtido este reconhecimento da justiça. "Sempre tive minha consciência tranquila, porque em mais de vinte anos como funcionária da Prefeitura nunca fiz nada que de errado ou que pudesse tirar o meu sono, a minha tranquilidade. E não seria agora, para ser prefeita, que iria jogar todos os meus valores na lata do lixo", comentou Tarcília que, no entanto, prefere não comemorar. "Acho bom as pessoas festejarem, mas como estava confiante em Deus, não vou fazer outra coisa senão rezar em agradecimento ao nosso Criador por mais esta vitória", finalizou.