Odair José durante sua apresentação em Cataguases
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A segunda noite do Forum Dissonâncias, abordou nesta sexta-feira, 12, o tema "Música popular: rótulo ou conceito? Quem faz e para quem?", proporcionou um debate interessante e crítico. A Mesa foi coordenada pelo jornalista e crítico musical, Ronaldo Evangelista, e contou com a participação do produtor Pena Schimidt, e os jornalistas e críticos musicais, alex Antunes, Marcus Preto e Leonardo Lichote. Logo depois, o cantor e compositor Odair José apresentou seu show no palco montado na Praça Rui Barbosa, onde cantou seus muitos sucessos em quarenta e cinco anos de carreira.
Durante o debate ficou claro entre os participantes que a música hoje é feita cada vez mais para um público específico e que não vai agradar a todos. A exceção nesta regra fica para aqueles músicos que se sujeitarem às exigências das gravadoras, estas cada vez mais seletivas, com um número muito reduzido de artistas sob contrato, ainda conforme os debatedores. Esta nova realidade, de acordo com a análise dos "dissonantes", advinda com o avanço tecnológico permitiu a todos que queiram, gravar um CD sem ter que alugar estúdios e contratar uma banda. Esta facilidade, concordaram os participantes da Mesa, pluralizou a música que agora é feita para os amigos do artista. Ou seja, quanto mais amigos ele tiver, maior serão as chances de ver seu trabalho mais divulgado.
A exemplo do que aconteceu na quinta-feira, quando a Banda Kashymir fez seus show cover do Led Zepellin, na sexta, o cantor e compositor Odair José cantou os seus sucessos. Ele também iria participar de uma sabatina, durante o Forum, mas como demorou dezoito horas para chegar de São Paulo a Cataguases devido a um problema mecânico no carro que o trazia, teve de cancelar sua participação para que pudesse descansar e se preparar para o show.
Ao subir o palco, Odair mostrou cantando o motivo pelo qual é lembrado até hoje e que o fez vender milhões de discos na década de setenta. Consagrado e com o seu nome garantido na história da Música Brasileira, Odair José é dono de um talento inigualável para traduzir em suas letras o que as pessoas querem ouvir sem rodeios. Apesar do frio, seus fãs compareceram e aplaudiram de pé o ídolo que fala direto ao coração de seus ouvintes. Humilde e carinhoso com o seu público, depois da apresentação recebeu em seu camarim as pessoas que queriam abraçá-lo e tirar uma foto a seu lado. Muitas delas, com os olhos marejados pelas lembranças trazidas pelas músicas que acabaram de ouvir e pela alegria de estar ao lado daquele que fez parte, através de suas músicas, da vida delas. (Veja as fotos do show na galeria abaixo)
Veja algumas frases marcantes do debate desta sexta-feira, selecionadas pela jornalista Silvana Cardoso, que faz assessoria do evento.
"Existem vários Brasis, várias concepções de país em disputa quando pensamos na música e nos seus processos de construção das hegemonias". (Alex Antunes)
"Hoje as pessoas estão se divertindo. E isso é importante. Aquela sisudez que envolvia o culto à música está em extinção". (Leonardo Lichote)
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O tecnobrega, tanto quanto o funk, tem o poder do imponderável". (Marcus Preto)
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Esqueçam do passado. As formas de se relacionar com a música mudaram. Artista hoje é quem tem público. Tudo que o artista possui hoje é o seu público. O artista só existe porque ele trabalha para as pessoas"."A grande batalha do artista hoje é pela conquista do público". (Pena Schmidt)
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