O clube já está fechado, sem água e energia elétrica
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O Clube Meca, como ficou conhecida a empresa Melhoramentos Cataguases Ltda, vai a leilão provavelmente até o final de agosto próximo e a sede da empresa será transferida para uma sala de algum prédio comercial da cidade. Na prática, o que será ofertado em praça pública é o imóvel em que aquela empresa funcionava até recentemente. Seus quase 110 mil metros quadrados de área serão vendidos para pagar uma significativa indenização aos familiares de um garoto que morreu afogado na piscina do Clube em 2004. A informação foi prestada ao Site do Marcelo Lopes pelos advogados Eugênio Kneip Ramos e Gilberto Silva Manna. O primeiro representa o Meca e o segundo os pais da vítima.
A empresa Meca Melhoramentos Cataguases Ltda foi criada em 18 de dezembro de 1969 para abrigar um clube campestre, um hotel e um restaurante visando promover o turismo em Cataguases. Seus idealizadores, segundo informa Levy Simões da Costa em sua obra "Cataguases Centenária, foram os empresários Ivan Botelho, Emanoel Peixoto, Serafim Lourenço, Rodrigo Lanna, Mauro Carvalho Ramos, José Inácio Peixoto e Josué Peixoto. No dia 19 de junho de 1970, a empresa foi oficialmente criada e sua documentação entregue na Junta Comercial de Cataguases formada por 250 pessoas físicas e 15 empresas entre elas Companhia Industrial Cataguases e Energisa. O projeto da obra é de autoria de Flávio Almada, ainda de acordo com o livro "Cataguases Centenária".
O Meca, enquanto Clube, atividade a que se dedicou durante toda a sua existência, informa Eugênio Ramos, "não apresentava, já havia alguns anos, uma boa saúde financeira", revela. Ele conta que em 2009 o clube "estava à beira do precipício quando um grupo de associados se ofereceu para administrá-lo. Fizemos então uma assembleia para eleger a nova diretoria cujo grupo ficou no comando até agora. Mas no final de 2012 vimos que algo não ia bem uma vez que a conta de energia do clube não foi paga", lembra. Eugênio continua: "Conversei com os diretores sobre a situação quando foi apresentada uma dívida de R$180 mil que não veio acompanhada de uma prestação de contas. Ou seja, a situação que havia melhorado inicialmente, voltava a ficar preocupante. A saída sugerida por eles era de arrendarem o clube o que não chegou a ser discutido", completa o advogado.
Gilberto Manna representa os pais do garoto de treze anos de idade que em 2004 foi encontrado submerso e sem vida na piscina por associados do clube. "A vítima não pertencia aos quadros do Meca e entrou no clube acompanhado de um sócio", lembra o advogado da família do garoto. Eles ingressaram com uma ação na justiça que agora chega à fase final pedindo uma indenização ao Meca com base na expectativa de vida da vítima que começa no dia de sua morte até a data em que completaria 65 anos de idade, acrescenta Gilberto. Ele não revela o valor da indenização, mas admite que o leilão do Clube vai render mais do que seu cliente tem a receber.
O leilão ainda não tem data para acontecer, mas Gilberto acredita que "até o final de agosto seja realizado". E há um interessado de peso em adquirir o imóvel, conforme revela Eugênio Ramos. Ele conta que no último sábado foi procurado pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Cataguases, José Porfiro do Carmo, que estava acompanhado do gerente regional do SESC. "Eu os levei até o clube e expliquei tudo o que está acontecendo. Eles, então, revelaram o desejo de adquirir o imóvel e avisaram que um engenheiro e um advogado viriam esta semana a Cataguases para avaliarem o prédio, terreno e as benfeitorias e conhecerem o processo", disse o advogado da Energisa que cuida dos interesses do Meca. O SESC, como já foi amplamente divulgado, procura há mais de um ano, local em Cataguases para montar um clube e uma escola de curso profissionalizante.
Hoje a situação do Meca é a seguinte, conforme conta Eugênio: "o clube está fechado, com fornecimento de água cortado e apenas um ponto de iluminação em funcionamento "por questão de segurança. Os funcionários foram demitidos e estão com ações na Justiça do Trabalho contra a empresa Meca Melhoramentos Ltda, e existe uma dívida de cento e oitenta mil reais, além de outros compromissos que deverão ser sanados após o leilão do imóvel", concluiu o advogado. Para alguns associados ouvidos pela reportagem do Site, o clube alcançou o auge na década de 80 ao criar dois de seus principais eventos: O Baile do Hawaí e a "Noite de Queijos e Vinhos", muito concorridos e ganharam fama na região. Estes mesmos associados também apontaram duas ações que teriam contribuído significativamente para colocar o Meca em situação financeira delicada: A construção da quadra poliesportiva (foto acima) e a admissão de sócios remidos (aqueles que compram o título e não pagam mensalidade).
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