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O governo israelense evitou manifestar satisfação nesta quinta-feira com a deposição do presidente egípcio, Mohamed Mursi, um político islâmico cuja eleição inicialmente alarmou muita gente no Estado judeu, mas que rapidamente deixou claro que não renegaria o tratado de paz de 1979.
Um porta-voz do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, se recusou a comentar a deposição de Mursi pelo Exército egípcio. Mas um confidente de Netanyahu, Tzachi Hanegbi, manifestou a esperança de que a nomeação de Adli Mansour como presidente interino leve à restauração dos contatos entre os dois governos, que estavam praticamente congelados.
Hanegbi, deputado governista que integra a comissão de Assuntos Exteriores e Defesa do Parlamento, celebrou o que descreveu como sendo a continuidade das boas relações de Israel com as Forças Armadas do Egito.
Essa cooperação decorre em grande parte da preocupação comum com a ameaça representada por militantes islâmicos na península do Sinai, região egípcia que faz fronteira com Israel e a Faixa de Gaza.
"Houve dúvidas legítimas (de que o tratado de paz israelo-egípcio de 1979 seria mantido), porque no último ano Mursi, de forma muito áspera, rompeu todos os contatos diplomáticos com Israel", disse Hanegbi à Rádio do Exército.
"Os fatos de ontem (quarta-feira) fortalecem a sensação de que talvez tenhamos passado o período ruim, e que talvez haja agora uma chance de termos laços diplomáticos com quem for governar o Egito no futuro próximo", acrescentou.
Questionado pela Rádio Israel sobre um eventual sentimento de satisfação dos líderes israelenses com a deposição de Mursi, o general da reserva Giora Eiland, ex-assessor de segurança nacional, respondeu: "Acho que sim. É claro que eles não podem dizer isso".
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, um aliado do Ocidente que exerce autoridade apenas sobre a região da Cisjordânia, elogiou a atitude do Exército egípcio, em nome da preservação da segurança, e cumprimentou Mansour.
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