A Audiência Pública "Cataguases contra as drogas", realizada na noite desta sexta-feira, 21, na Câmara Municipal, reuniu os principais representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público e sociedade civil em torno da discussão e da busca de ações para reduzir os problemas decorrentes do consumo de drogas no município. 

O vereador Fernando Pacheco, presidente da Câmara Municipal, iniciou o encontro dizendo que a audiência distingue-se das demais pela amplitude de concretizar o tema em debate. "Todos nós em certa medida somos afetados pelas consequências dos males oriundos das drogas e pela relação de convívio com essa morbidade", destacou o vereador, lembrando que o legislativo pode contribuir muito no sentido de combater as drogas, como, por exemplo, criar novas leis e fiscalizar as que já existem a respeito desse assunto.
 

O Promotor de Justiça Gustavo Garcia Araújo disse que "Cataguases está na vanguarda desse projeto contra as drogas e o assunto tem que ser tratado não de modo utópico, mas de forma pragmática, efetiva, na busca de resultados". Marco Antônio de Oliveira Lopes, o Baiano, que desenvolve um trabalho de prevenção ao uso de drogas no município, disse que "esta é uma noite de sonhos em Cataguases e acredito que ela vai ficar para história". Ele lembrou que em Cataguases mais de dezesseis mil pessoas sofrem com as drogas, incluindo o álcool, e nem cinco mil tem ajuda adequada. "Este momento surge para buscarmos socorrer todos os que precisarem já que as autoridades aqui reunidas estão determinadas em atuar decisivamente neste sentido", acrescentou. 

Geraldo Campos Ribeiro, o Geraldo Luchini, presidente do COMAD, em seu pronunciamento lembrou que "é preciso um trabalho efetivo de prevenção às drogas, inclusive ao tabaco e ao álcool que são considerados porta de entrada para as outras substâncias químicas". Essa posição foi ao encontro à do vice-prefeito Sérgio Gouvêa quando ele lembrou que "é na raiz que está o problema" e frisou que "saberemos a importância desses trabalhos que estamos realizando quando percebermos que vidas estão sendo salvas", salientou.A Defensora Pública Eliane Spindola também se pronunciou, dizendo que "o problema das drogas não vai ser erradicado rapidamente, mas deve ser tratado para o futuro". Ela revelou algumas ações que a Defensoria pode articular nesse sentido, dentre as quais está a  capacitação dos professores para falar em sala de aula sobre o assunto drogas e a mobilização dos órgãos competentes para proporcionar o tratamento de presidiários que sofrem de dependência química.

Por sua vez, o Juiz de Direito Maurício José Machado Pirozzi, que até recentemente era titular da Vara Criminal e agora assumiu a de Família, disse que "é preciso ir em direção àqueles que precisam de apoio para se livrarem das drogas", acrescentando que dará "absoluta prioridade aos processos que envolvem os problemas relacionados ao uso de drogas". Segundo ele, "é preciso criar uma rede de proteção, um canal de comunicação entre os órgãos responsáveis para que o assunto drogas seja tratado com menos burocracia e mais eficácia". O prefeito Cesinha Samor também fez uso da palavra, se comprometendo a "fazer tudo o que puder para minimizar os malefícios causados pela droga em Cataguases", destacando que "a iniciativa dessa audiência é maravilhosa".

Após os pronunciamentos, os cidadãos presentes à audiência dirigiram perguntas às autoridades participantes da audiência. Dentre essas indagações, uma foi dirigida ao sargento Jorge Roberto solicitando-o esclarecer o motivo pelo qual Cataguases possui tantos problemas com drogas se a cidade não possui plantação de maconha e nem fábrica de cocaína. O policial respondeu que não há viaturas e homens suficientes para cobrir efetivamente todo o território necessário, sobretudo as entradas da cidade, "por isso é importante o papel do cidadão na denúncia e trabalho em conjunto com a polícia, pois segurança pública é dever de todos", lembrou. Ao final da audiência, todos os envolvidos assinaram uma carta de intenção formalizando o compromisso assumido por eles em direção de uma "Cataguases contra as drogas".

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