O advogado Eduardo Barcellos e o médico legista, João Sérgio Mattos
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As várias denúncias de violação de túmulos no Cemitério Municipal São José, em Cataguases, e a recente abertura de uma Comissão de Assuntos Especiais para tratar do caso que ficou conhecido como "Escândalo do Cemitério" esbarra, agora, em outro caso rumoroso que abalou a cidade em 2007. A menina Annaluz de Castro Baião, estudante do Centro Educacional Cecília Meirelles, que morreu após ingerir veneno, teve seu túmulo violado "três vezes", segundo o advogado da família Eduardo Barcellos. Ele acredita que a criança tenha sido mais uma vítima deste caso de venda ilegal de túmulos no Cemitério em Cataguases.
Para ter certeza de suas suspeitas, Eduardo aconselhou aos pais de Annaluz, Cláudia e Hélio Baião, pedir na justiça a exumação de seu corpo, o que foi concedido "rapidamente", segundo avaliação de Eduardo Barcellos."Há uma suspeita de que no túmulo dela (Annaluz) possa estar outra pessoa junto com ela ou até mesmo que tenham retirado seus restos mortais para sepultar outra pessoa. Por isso pedimos a exumação, que está sendo feita agora.
Nesta terça-feira, às 15 horas, o médico legista João Sérgio Lougon Borges de Mattos, esteve no Cemitério para cumprir a determinação judicial. Também compareceram o funcionário da Delegacia de Polícia, Marco Aurélio, que fez a coleta de material para o exame de DNA, o pai da menina sepultada, Hélio Baião, o vereador Geraldo Majella, representantes da Prefeitura de Cataguases, além do Secretário Municipal de Serviços Urbanos Nicolau Siervi, responsável pelo local.
Foram abertas as duas gavetas do túmulo de Annaluz, sendo que a primeira, na parte de cima, estava vazia. A segunda, junto ao solo, estava o caixão em que teria sido enterrada a menina. Doutor João Sérgio retirou um pouco do cabelo, a mandíbula e um osso, fêmur, para serem periciados e fazer o teste de DNA. Nesta quarta-feira, os pais de Annaluz também vão retirar amostras de sangue que serão comparadas com os do corpo sepultado no túmulo de Annaluz. O exame será feito em Belo Horizonte.
Eduardo Barcellos disse que a partir deste exame "saberemos se além de violação de túmulo, seu corpo também foi vilipendiado". Ele não está satisfeito com as suspeitas que rondam o cemitério e disse ter dúvidas, apesar de reconhecer que a justiça agiu rápido ao decidir pela exumação. "Eu pergunto o seguinte: Se ali realmente está o corpo de Annaluz, por que seu túmulo foi aberto, violado, três vezes? O que buscavam no túmulo dela? Esta é uma prática (violar túmulos) comum neste cemitério?", questiona o advogado.
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