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A produção de conteúdos audiovisuais, digitais e interativos voltados ao público infantojuvenil será o foco dos debates do ComKids 2013, que tem início hoje (1º), em São Paulo. O evento, que termina no dia 9 de junho, apresenta produções em línguas portuguesa e espanhola e pretende discutir, principalmente, a questão da qualidade do que é feito no cinema, nos games, na internet e na televisão para as crianças da América Latina. O evento conta com o patrocínio da TV Brasil.
"O ComKids é uma iniciativa voltada a uma série de atividades relacionadas com o fomento e a produção de conteúdos de qualidade para crianças e jovens. Estamos falando de audiovisual, games e de outras mídias digitais e interativas", disse Beth Carmona, diretora-geral e editorial do evento, em entrevista à Agência Brasil.
O ComKids reúne quatro grandes atividades que ocorrem simultaneamente: a sexta edição do festival Prix Jeunesse Iberoamericano, a Mostra ComKids no Cinema, uma série de workshops e a Jornada de Negócios.
A primeira edição do festival Prix Jeunesse Iberoamericano ocorreu no Chile, em 2003. O festival é realizado nos anos ímpares e é uma competição entre conteúdos destinados a crianças e jovens da América Latina e Ibero-América e produzidos em português e espanhol. "Esse festival é uma competição. Vamos exibir 86 programas audiovisuais previamente inscritos e selecionados", explicou Beth Carmona. O festival será realizado nas salas do Sesc Consolação, no Goethe-Institut e no Cinesesc e contará com conteúdos do Brasil, da Argentina, Colômbia, do México, Chile, da Espanha, do Uruguai, de Cuba e Portugal.
Entre os dias 4 e 7 de junho, escritores, diretores, roteiristas, produtores, educadores, agentes sociais, conteudistas e pessoas que trabalham com mídia para crianças terão espaço para debater os conteúdos apresentados. Para isso, no entanto, é preciso fazer uma pré-inscrição por meio do site www.prixjeunesseiberoamericano.com.br. "É um festival de caráter formativo. Estamos buscando qualidade e estamos premiando essa qualidade. Ao final de cada dia é feita uma votação", disse. No dia 8 de junho, será realizada a festa de premiação do festival, no Cinesesc.
Por antecipação, na categoria games, o estudante da Escola da Vila, de São Paulo, Antonio Pedrosa Ferreira, sob orientação da professora Helena Andrade Mendonça, vai ser premiado com uma menção honrosa pelo pré-juri do festival pela criação de um jogo chamado Labirinto Bomba. "Nosso júri ficou super emocionado em ver toda a criatividade e destreza do menino e vamos dar uma menção-honrosa a ele", destacou Beth.
A segunda atividade é a Mostra ComKids no Cinema, que começa neste final de semana e é aberta ao público, de forma gratuita. "Essa mostra acontece nos dias 1º e 2 de junho e 8 e 9 de junho, às 14h, no Espaço Itaú de Cinema (da Rua Augusta e do Shopping Frei Caneca)", lembrou Beth. A mostra apresenta programas que foram premiados em todo o mundo. Todos os filmes são dublados. "São programas de forte impacto que tratam a criança de uma maneira bastante próxima ao seu universo", acrescentou.
Também estão programados workshops para formação e especialização de profissionais que se dedicam à produção de mídia para o público infantojuvenil. A atividade está marcada para os dias 4 e 6 de junho no Sesc Consolação e no Senac Consolação.
A última atividade é a Jornada de Negócios, que será realizada em parceria com o Fórum Brasil de Televisão e ocorrerá no Espaço de Convenções Frei Caneca, no dia 5 de junho. Duas mesas de debates, relacionadas à criatividade e inovação na produção de séries para crianças e aos desafios na produção de conteúdo para esse público, serão realizadas no local, com a presença de convidados internacionais. "Vamos discutir o Brasil e a América Latina e seu posicionamento como produtor e criador de conteúdos infantis", disse Beth. As inscrições para essa atividade podem ser feitas por meio do site www.forumbrasiltv.com.br.
Para Beth Carmona, o Brasil tem evoluído na produção de conteúdos, mas ainda é preciso garantir mais programas infantis na grade das emissoras nacionais, principalmente nos canais abertos. "Evoluímos bastante com uma série de legislações e facilitações. Mas ainda vemos pouco a criança brasileira na tela, como a gente gostaria – e, principalmente, a criança do Norte-Sul e Leste-Oeste. Poderíamos também começar a comprar ou receber programas feitos na Argentina, Colômbia e no Chile e não só nos Estados Unidos", disse.
"Países que hoje dão atenção a essa questão [da produção de conteúdos para o público infantil] estão investindo na formação de identidade cultural e educacional de suas crianças de forma mais ampla. Hoje não existe nenhum caminho para a educação e para a cultura que não passe pelo audiovisual ou pelos meios digitais", destacou Beth.
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