Em 21/03/2013 às 08h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Fed mantém plano de estímulos apesar de melhora nos dados

O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, compa

O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, compa

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O Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve nesta quarta-feira seus agressivos esforços para estimular a economia norte-americana por meio de compras de bônus em grande escala, afirmando que levará em conta os riscos de suas políticas, mas também o quanto ainda precisa ser feito para diminuir o desemprego.

Reunindo-se num momento em que a turbulência na Europa voltou a piorar, a autoridade monetária norte-americana acenou para sinais mais positivos sobre a economia dos EUA.

 

Mas o Fed removeu um importante trecho de seu comunicado de que as tensões econômicas globais estariam perdendo intensidade, e citou os ventos contrários de uma política fiscal mais restritiva em Washington.

 

A decisão do comitê de política monetária do Fed de dar continuidade a seus estímulos é anunciada apesar de preocupações crescentes de algumas autoridades da instituição em relação aos riscos oferecidos pelas compras de ativos, incluindo possíveis fraturas nos mercados financeiros e inflação futura.

 

"Esses custos seguem administráveis mas continuarão a ser monitorados, e nós os levaremos em consideração de forma apropriada à medida que determinamos o tamanho, o ritmo e a composição de nossas compras de ativos", afirmou o chairman do Fed, Ben Bernanke, em coletiva de imprensa após o anúncio da decisão do banco.

 

"Quando virmos que a situação (do mercado de trabalho) melhorou de forma significativa, nós talvez ajustemos o ritmo de compras", acrescentou.

 

Membros da instituição afirmaram que a maior economia do mundo voltou a um crescimento moderado após uma pausa no quarto trimestre do ano passado. Eles também destacaram avanços positivos, ainda que insuficientes, no mercado de trabalho.

 

"O setor imobiliário fortaleceu-se ainda mais, mas a política fiscal tornou-se mais restritiva", disse o Fed, referindo-se aos recentes cortes de gastos em Washington.

 

A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, mais uma vez divergiu da maioria e votou contra a decisão de continuar comprando mensalmente 85 bilhões de dólares em títulos hipotecários e do Tesouro norte-americano até que a perspectiva do emprego ganhe força significativa.

 

"O comitê dará continuidade a suas compras de Treasuries e ativos hipotecários, e empregará suas outras ferramentas conforme apropriado, até que a perspectiva do mercado de trabalho melhore significativamente num contexto de estabilidade de preços", disse o Fed.

 

PREVISÕES POUCO ALTERADAS

 

O banco central norte-americano também divulgou uma nova série de projeções econômicas que podem surpreender alguns analistas do mercado, que haviam previsto que dados sólidos recentes levariam a uma melhora da visão das autoridades. Os membros do Fed agora vêem crescimento na faixa de 2,3 por cento a 2,8 por cento em 2013, abaixo da estimativa anterior de expansão de 2,3 por cento a 3,0 por cento.

 

Para 2014, o Fed projeta crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2,9 por cento a 3,4 por cento, ante estimativa em dezembro de crescimento entre 3,0 por cento a 3,5 por cento.

 

Em contraste, as estimativas de taxa de desemprego, importante termômetro para o banco central, vieram levemente mais benignas, ainda que altas demais para a maior parte dos membros da instituição. O Fed agora acredita que a taxa de desemprego, que ficou em 7,7 por cento em fevereiro, ficará em média entre 7,3 por cento a 7,5 por cento no quarto trimestre de 2013. A previsão emitida em dezembro era de 7,4 por cento a 7,7 por cento.

 

O desemprego não vai cair para 6,5 por cento, nível no qual membros do Fed sugeriram que vão começar a considerar elevar os juros, até 2015, mostram as estimativas.

 

Os acontecimentos no Chipre, onde a perspectiva de um imposto sobre depósitos bancários para ajudar a financiar o resgate do país reverberou temores pelo sistema financeiro global no início da semana, provavelmente reforçou a resolução das autoridades do Fed de impulsionar a economia dos EUA.

 

O imposto foi rejeitado no Parlamento cipriota, tirando o resgate internacional ao Chipre dos trilhos.

 

Bernanke classificou a situação no país europeu como "difícil", porque os cipriotas enfrentam problemas fiscais e de capitalização bancária, assim como estresse político.

 

"Isso tem alguma consequência", afirmou Bernanke, ponderando, no entanto, que o imposto não foi aprovado, "os mercados estão em alta hoje, e não acho que o impacto tenha sido enorme".

 

Fonte: Reunters

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