Em 09/03/2013 às 16h48 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Uhuru Kenyatta foi declarado vencedor da eleição presidencial no Quênia, neste sábado, mas o rival Raila Odinga disse que questionaria judicialmente o resultado e pediu que seus apoiadores evitem atos de violência.
Kenyatta, homem mais rico do Quênia e filho do primeiro presidente do país, enfrenta julgamento após a contestada eleição presidencial de 2007 que desencadeou uma onda de violência e assassinatos tribais.
Com o político de 51 anos no maior cargo do país, o Quênia será o segundo país africano, após o Sudão, a ter um
presidente em pleno exercício indiciado pela Corte Criminal Internacional.
Os Estados Unidos e outras potências ocidentais, grandes doadores à nação africana, disseram antes da votação que uma vitória de Kenyatta complicaria os laços diplomáticos com a nação, vista como aliada essencial na região na batalha contra militantes islâmicos.
Kenyatta disse em seu discurso de vitória que ele e sua equipe cooperariam com instituições internacionais e que esperava que a comunidade internacional respeite a soberania do Quênia.
"Reconhecemos e aceitamos nossas obrigações internacionais e vamos continuar a cooperar com todas as nações e instituições internacionais, em linha com estas obrigações", disse ele.
Após dizer que Kenyatta garantiu 50,07 por cento dos votos, pouco acima dos 50 por cento necessários para evitar um segundo turno, o presidente da Comissão Independente Eleitoral, Issack Hassan, anunciou Uhuru Kenyatta como o presidente eleito da República do Quênia.
Muitos no centro de eleitoral comemoraram, embora as celebrações tenham começado bem cedo no sábado após resultados preliminares indicarem a vitória de Kenyatta.
Sinais de violência apareceram brevemente em áreas de apoio a Odinga, onde a polícia atirou gás lacrimogêneo a apoiadores do candidato derrotado, os quais atiravam pedras. "Sem Raila, sem paz", eles cantavam em um local próximo à cidade de Kisumu, que foi devastada pela violência após a eleição de 2007.
Odinga, de 68 anos, disse que concordaria se a votação tivesse sido justa, acrescentando que havia "crescente ilegalidade" no processo eleitoral e que a "democracia estava em cheque no Quênia". Ele disse que vai contestar o resultado em corte.
"Qualquer violência poderia destruir esta nação para sempre, mas isso não serviria aos interesses de ninguém", ele afirmou.
Odinga, que teve 43,3 por cento dos votos, havia também questionado o processo de eleição antes da votação e durante a contagem seus representantes partidários pediram que a computação dos votos parasse.
A comissão de eleição, prejudicada por problemas técnicos que desaceleraram a contagem, levou cinco dias para anunciar o resultado, mas negou acusações de irregularidades.
Observadores internacionais disseram amplamente que a votação e a contagem haviam sido transparentes até o momento e que a comissão eleitoral projetou uma votação com credibilidade.
Fonte: Reunters