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O Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, liderado por instituições da sociedade civil e integrado por universidades, empresas e governos de 10 municípios, realiza em Cataguases (MG), a partir desta sexta-feira, 8 e até o domingo, 10 de março, um grande evento para apresentar resultados e novos projetos de um movimento criado há uma década, para fomento da atividade audiovisual, uma tradição local iniciada por Humberto Mauro, pioneiro do cinema nacional.

 

A liderança da sociedade civil e o investimento estratégico e regular de empresas privadas, como a ENERGISA, por meio de recursos diretos e das leis de incentivo à cultura, bem como a gestão compartilhada através de entidades do terceiro setor como a Fábrica do Futuro e a Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, fazem desta experiência ser a única com foco no desenvolvimento socioeconômico e cultural de uma região no interior brasileiro. Dest modo, pode-se afirmar que este é um caso de sucesso da tão falada economia criativa, combinado com o avanço de políticas públicas.

 

Em destaque no encontro estão a inauguração do Estúdio-Escola da Fábrica do Futuro – um centro de formação técnica e produção nas áreas de cinema, animação, televisão, internet, mercado publicitário e multimídia – e a pré-estréia nacional do filme Meu Pé de Laranja Lima, de Marcos Bernstein, filmado em Leopoldina, Cataguases e Recreio - a primeira produção que contou com o suporte da rede de parceiros do Polo Audiovisual.

 

Para Mônica Botelho, diretora-executiva da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual e presidente da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, mantida pela ENERGISA, a exibição da obra é emblemática para todas as instituições envolvidas no processo. “O filme é o resultado concreto dos nossos esforços para consolidar a atividade audiovisual. É emblemático porque foi o primeiro filme atraído pelo Polo, portanto, inaugurou de forma definitiva nossas ações de fomento”, diz.

 

Nos últimos quatro anos a produção de filmes, festivais e projetos geraram para a região cerca de R$ 10 milhões. Além de Meu Pé de Laranja Lima, estão entre as principais produções atraídas e fomentadas, os filmes Sobre a Neblina, de Paula Gaetán, O Menino no Espelho, de Guilherme Fiúza Zenha, e Quase Samba, de Ricardo Targino.

 

Este ano, a região vai receber equipes de dois filmes de longa metragem e de duas séries de animação, além de documentários e filmes de curta metragem. Estão programadas as filmagens dos longas, Estive em Lisboa e Lembrei-me de Você, do diretor português Jose Barahona, uma co-produção Brasil-Portugal das produtoras Refinaria Filmes (RJ), Camisa Listrada (BH) e David e Golias (Lisboa), e o filme Cataguases, uma produção da Bananeira Filmes, de Vânia Catani, com direção de Jayme Monjardim. Mônica assinala que atração de filmes atende a um dos pilares da linha de atuação do Polo – o foco no mercado infanto-juvenil.

 

A produção de Meu Pé de Laranja Lima, filmado em 2010, mobilizou 60 artistas, produtores, técnicos e prestadores de serviços locais, outros 40 vieram do Rio e de Belo Horizonte. O filme é a segunda adaptação cinematográfica do livro homônimo, um romance infanto-juvenil de José Mauro de Vasconcelos. É dirigido por Marcos Bernstein, responsável também pelo roteiro. No elenco, grandes nomes do cinema como José de Abreu, que estará presente à pré-estreia, Emiliano Queiroz, Caco Ciocler, Eduardo Dascar e Fernanda Vianna. A exibição do filme para convidados será no dia 9 de março, sábado, a partir das 21 horas, no Centro Cultural Humberto Mauro.

 

Estúdio-Escola

Outra iniciativa viabilizada pelo Polo é o Estúdio-Escola da Fábrica do Futuro, que será inaugurado no dia 8 de março, sexta-feira, às 19 horas. Situado no bairro Guanabara, em Cataguases, dentro do Ponto de Interação das Artes (PINA) – um complexo cultural coordenado pela Fundação Ormeo Junqueira Botelho – o estúdio-escola será gerido pela Fábrica do Futuro, com o patrocínio da empresa ENERGISA que investe cerca de R$ 800 mil, desde 2012, para adequação dos espaços, aquisição de equipamentos, promoção e manutenção de residências criativas para formação de jovens e adultos na região. “Para sermos competitivos temos de oferecer mão de obra qualificada e a inauguração do estúdio-escola é mais uma iniciativa nesse sentido”, acrescenta Mônica Botelho.

De acordo com César Piva, também diretor-executivo da Agência e gestor cultural da Fábrica do Futuro, a rede de parceiros do Polo, ao longo desses 10 últimos anos, já contribuiu para a formação inicial, de cerca de 2 mil jovens e adultos nos setores do audiovisual e cultura digital. Entre as iniciativas concretizadas ou em curso destacam-se o Festival CINEPORT, a Biblioteca Digital Josué Inácio Peixoto, a Rede Geração Digitaligada de Webvisão, o Festival Ver e Fazer Filmes, o Projeto Tela Viva de Cinema Itinerante e o Projeto Fábrica Animada. Em 2012, foi inaugurada a primeira escola pública municipal de audiovisual, em Muriaé.

Para Cesar Piva, a dimensão da formação com certificação reconhecida é hoje um dos maiores desafios do Polo Audiovisual. Para tal, as novidades são a realização este ano de 30 oficinas e cursos técnicos e gerencias com o SEBRAE, a cooperação técnica com a Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, com foco no cinema de animação, e o projeto Escola Animada, com o Instituto Votorantim, para uso do audiovisual nas escolas, com a preparação de 250 professores da rede ensino da região. Esses projetos mobilizarão somente este ano cerca de R$ 400 mil para as ações no âmbito do Polo Audiovisual.

 

Fórum

A programação traz ainda a realização do Fórum Divercidades Criativas, a partir das 14 horas desta sexta-feira, no Centro Cultural Humberto Mauro. O fórum vai reunir artistas, técnicos, produtores, empreendedores, professores e gestores locais e de outras regiões do país. São destaques no Fórum as seguintes apresentações: Programa Minas Território Cultural e Minas Film Comission do Governo de Minas Gerais; Projeto Escola Animada; assinaturas de convênios; Plano de Ação da Agência do Polo Audiovisual e as produções para 2013 na região.

 

 

Fonte: Strategia Jornalismo