Em 28/02/2013 às 14h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Ex-aluna do projeto Aprofundamento de Estudos conquista vaga na USP

Em 2013, 70 mil vagas serão oferecidas em aulas de

Em 2013, 70 mil vagas serão oferecidas em aulas de

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A ex-aluna do ensino médio da Escola Estadual Luiz Antônio Correia de Oliveira, em Araxá, Laura Amâncio Rezende, conquistou a primeira colocação no curso de Engenharia de Produção da Universidade de São Paulo (USP), que possui um dos processos seletivos mais competitivos do país. Laura conquistou também uma vaga para o curso de Engenharia em, pelo menos, mais quatro universidades federais do Brasil, que são Universidade Federal Fluminense (RJ), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Universidade Federal de Lavras (UFLA).

 

Durante dois anos, a estudante que agora reside em Lorena, onde está localizado o campus do curso de Engenharia de Produção da USP, frequentou no contraturno das aulas do 2º e do 3º ano do ensino médio, as aulas de reforço oferecidas pelo projeto Aprofundamento de Estudos, criado pela Secretaria de Estado de Educação para incentivar os estudos em tempo integral e a complementação da formação média dos estudantes.

 

“Nesta época, eu fazia questão de frequentar as aulas à tarde. Fazia e refazia exercícios e não tinha horário para sair da escola. Eu aproveitava que a escola fornecia o almoço e tirava um cochilo no laboratório de Ciências e na cantina”, lembrou a estudante.

 

Segundo Laura, o Aprofundamento de Estudos “é um cursinho gratuito que a escola oferece. Uma ótima oportunidade. Os professores são muito empenhados nas causas dos alunos. Como meu foco era o vestibular da USP, meus professores fizeram todo um levantamento de vestibulares passados, comentavam a resolução das questões e também me davam dicas sobre a Fuvest. Por isso, a minha dica para quem está no ensino médio, se preparando para o Enem, é que valorizem o Aprofundamento de Estudos. Temos bons professores, o resto é correr atrás”, concluiu a futura engenheira.

 

Para a professora de Matemática, Márcia Helena do Prado, que leciona na Escola Estadual Luiz Antônio Correia de Oliveira, é uma conjunção de fatores que explica o sucesso do Aprofundamento de Estudos na escola. “Inserimos questões do Exame Nacional do Ensino Médio nas provas normais, incentivamos a leitura, a participação nas Olimpíadas de Conhecimento que trazem questões mais lúdicas de raciocínio e também conscientizamos nossos alunos sobre a importância de participarem como treneiros dos vestibulares para se familiarizarem com o processo seletivo”, explicou a educadora.

 

Segundo o diretor do Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação, Jorge Figueiredo, em 2013 serão ofertadas 70 mil vagas em todo o Estado. E as escolas interessadas em ofertar o projeto poderão se inscrever a partir de março.

 

Aprovações pelo Estado

 

No Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), que também oferece o Aprofundamento de Estudos, 330 alunos foram aprovados nas principais instituições de ensino superior de Minas Gerais, entre elas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), além de outras duas de São Paulo.  Segundo a supervisora e orientadora educacional dos 3º anos do ensino médio do Instituto de Educação de Minas Gerais, Ângela Machado Teles, “o resultado reflete o trabalho de formiguinha que a escola desenvolve no âmbito do Aprofundamento de Estudos. Avaliamos, por exemplo, o desempenho dos nossos alunos nos simulados do Enem que aplicamos. Como as questões exigem conhecimento interdisciplinar de Ciências Humanas, Tecnologia, Linguagens e Matemática, o rendimento do estudante nesta prova nos dá noção do grau de domínio de conteúdo do aluno. Pelo índice de aproveitamento sabemos se o aluno está estudando mais ou menos” explicou.

 

O IEMG possui ainda parcerias com faculdades do estado, para o repasse de questões “e exigimos dos nossos professores projetos e planejamentos dessas aulas preparatórias. Nas aulas de Física, por exemplo, nossos professores usam os notebooks nos laboratórios para as aulas, mas o que queremos é que todas as disciplinas usem todos os recursos tecnológicos possíveis para ensinar”.

 

Orientação vocacional

 

A estudante Rosyane Silva Coelho, ex-aluna da Escola Estadual Benedito Ferreira Calafiori, de São Sebastião do Paraíso, faz parte do universo dos 6.670 alunos aprovados no vestibular 2013 da UFMG e exemplifica a importância de trabalhos vocacionais e de orientação profissional desenvolvido pelas escolas. Aprovada no curso de Medicina Veterinária, vaga que ocupará pelos próximos cinco anos na maior universidade do Estado, Rosyane lembra que a escola foi determinante para sua formação.

 

“A Betão (apelido dado pelos alunos a Escola Estadual Benedito Ferreira Calafiori) me ajudou muito pessoal e profissionalmente. Tive uma professora de Português, a Claudia Zanin, que tem um trabalho de percurso, muito interessante, feito com alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio. Na folha do Projeto Vida, colocamos a cada bimestre, nossas perspectivas e que tipos de atitudes julgamos certas para trilhar um determinado caminho. E, ao final, percebemos como muda nossas interpretações e escolhas no mundo”, explicou a estudante.

 

A aluna que pôde participar do Projeto Vida durante dois anos na Escola Benedito Ferreira Calafiori, contou que o primeiro curso que desejou ter foi Direito.“Meus professores sempre falaram muito sobre profissões em sala. Mas mais que se preocupar com profissões, os professores incentivam o pensamento crítico, a se preparar para a sociedade como um todo. Todos me ajudaram sempre que precisei, tinha alguma dúvida”.

 

Conforme explicou o vice-diretor da Escola Estadual Benedito Ferreira Calafiori, e também professor de História, José Luiz, a escola promove palestras frequentes ao longo de todo o ano, para alunos do ensino médio para discorrer sobre tendências mercadológicas, concursos públicos em andamento, informações sobre sítios eletrônicos sobre profissões. “Nossos professores e supervisores fazem um levantamento sobre novidades e levam isso para sala de aula”, explicou o vice-diretor.

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