Em 27/02/2013 às 20h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Moradores de Xerém recebem aluguel social, mas reclamam de alta dos preços

Os moradores de Xerém, distrito de Duque de Caxias

Os moradores de Xerém, distrito de Duque de Caxias

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Agência Brasil

 

Rio de Janeiro – Os moradores de Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, começaram a receber hoje (27) os cartões de pagamento do aluguel social. Têm direito a receber o benefício, de R$ 500, as famílias que perderam suas casas na enchente de janeiro. Os cartões estão sendo entregues pela prefeitura. Os recursos para o pagamento do aluguel social foram repassados pelo Ministério da Integração Social.

 

Inicialmente, 190 moradores terão direito ao benefício. O número, no entanto, deverá ser ampliado nos próximos dias porque 60 pessoas ainda não regularizaram a documentação. A previsão é que ele chegue a 300 nos próximos meses. As famílias que antes da enchente já moravam de aluguel e têm renda para continuar pagando vão receber o benefício por dois meses. Àquelas que perderam suas moradias e não têm recursos para arcar com as despesas de uma casa alugada vão receber a ajuda por seis meses.

 

O prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, que entregou entregou os cartões para os primeiros beneficiários, informou que 100 casas do Programa Minha, Casa Minha Vida estão praticamente prontas e serão entregues às famílias desabrigadas. Segundo ele, dois condomínios começarão a ser construídos em terrenos fora da região de origem dos moradores porque não existem mais áreas disponíveis no local. "Aqui é tudo preservado. Não tem área disponível. Tentamos um campo [Campo da Pedreira], mas os moradores se opuseram", disse.

 

Os moradores que receberam o aluguel social comemoraram a chegada do benefício, mas lamentaram que o preço dos aluguéis subiu depois da tragédia, ficando acima do valor da ajuda do governo. Adão Benedito, de 55 anos, foi o primeiro a receber o cartão. Ele disse que terá que completar o aluguel. "Estava na casa da minha irmã e agora estou alugando uma casa a R$ 700. Como eu e a minha filha trabalhamos, podemos completar o valor".

 

Carlos Soares da Silva, de 34 anos, mora com as filhas na beira do rio que inundou a cidade, em uma área interditada e que ainda guarda marcas da enchente. Além deles, a irmã, o cunhado e quatro filhos e a sogra da sua irmã também dividem moradia improvisada, feita com pedaços de PVC. Eles também reclamam que não vão conseguir cobrir um aluguel com os R$ 500. "O que antes custava R$ 400, agora está custando R$ 800, porque os proprietários sabem que o aluguel social é R$ 500".

O cunhado de Carlos, Marcio Soares, se queixa da possibilidade de ter que morar em outra parte do município, já que as casas que serão entregues pela prefeitura são em Nossa Senhora do Carmo, localidade que fica a 24 quilômetros de Xerém. "Aqui, todo mundo já se conhece. Você sabe quem presta e quem não presta. Meus filhos nasceram aqui e quero continuar aqui", disse.

 

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