Em 24/02/2013 às 11h25 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Capital dos botecos quer ser a cidade dos eventos de rua

No Carnaval deste ano, 73 blocos desfilaram pelas

No Carnaval deste ano, 73 blocos desfilaram pelas

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O Tempo Online

 

Conhecida como a capital dos botecos, Belo Horizonte parece estar se transformando na cidade dos eventos ao ar livre. Para gestores culturais e historiadores, o Carnaval deste ano foi um exemplo de que a população quer ir para as ruas e curtir as festas gratuitas. Para se ter uma ideia de como a demanda está crescendo, apenas a administração regional Centro-Sul - que tem maior procura - licenciou 1.174 eventos em espaços públicos no ano passado, 63% a mais do que em 2011, quando foram 716. 



Eventos como St. Patrick Days, Red Bull Soapbox, Escorrega BH, Cidade Love, festivais e apresentações artísticas têm atraído um número cada vez maior de pessoas e surpreendido os produtores e o poder público. Mas a falta de preparo para atender a essa demanda tem provocado questionamentos. De um lado, os gestores culturais reclamam da burocracia para conseguir realizar qualquer tipo de manifestação na cidade. Do outro, os órgãos alegam ter a necessidade de proteção do patrimônio. 



A discussão ganhou força após o Carnaval deste ano. Eram esperadas 120 mil pessoas na capital, mas cerca de 500 mil foliões compareceram aos blocos, segundo a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur). "Existia um ideia de que o mineiro não gostava de rua, mas isso está acabando. A resistência dos últimos governantes só tem feito com que as pessoas queiram conquistar os espaços públicos em uma demonstração de cidadania", afirma a historiadora da Universidade Federal de Minas (UFMG) Regina Helena Alves da Silva. 



Blocos como o Bem Te Viu, Bem Te Vê, organizados por grupo de amigos e estreantes neste Carnaval, mostraram que o folião da capital quer mesmo é festejar. "Ficamos surpresos com o público, pois não esperávamos 5.000 pessoas. Isso mostrou que a capital está ganhando um novo olhar", disse um dos organizadores do bloco, Bruno Sales, 32. 



O músico e produtor cultural Tamás Bodolay acredita que as redes sociais têm contribuído muito para essa transformação. "O público e os artistas estão mais demandantes, mas o poder público ainda não está preparado", analisa. 



Um grupo de produtores culturais da capital está se reunindo para debater sobre o novo panorama que a cidade tomou após o sucesso do Carnaval. O Conselho Municipal de Cultura, formado por representantes da sociedade civil e do setor público, se reúne uma vez por mês para discutir o tema. Procuradas pela reportagem, nem a Belotur nem a Secretaria Municipal de Regulação Urbana retornaram aos pedidos da reportagem.

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