Em 20/02/2013 às 16h15 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Por unanimidade, na sessão dessa terça-feira (19), o TRE-MG confirmou a cassação da prefeita eleita de Santana de Cataguases (Zona da Mata), Maria Jucélia Baesso Procaci (PSDB), e do vice-prefeito, José Eduardo de Lima (PSDB), por abuso de poder econômico. Os magistrados, baseados no voto do relator, juiz Flávio Bernardes, ainda determinaram a decretação de inelegibilidade deles e do ex-prefeito Edgar Xavier de Souza (PSDB) por oito anos, a partir das eleições de 2012.
Segundo a Ação de Investigação Judicial Eleitoral proposta pela candidata a vereadora Maria Ivonete de Castro, o ex-prefeito Edgar Souza teria distribuído, de forma aleatória, cheques emitidos pelo município, para pagamento de serviços não prestados diretamente à prefeitura, com o objetivo de comprar votos em benefícios dos candidatos a prefeito e a vice-prefeito eleitos. Ainda segundo a AIJE, teria havido doação irregular de lotes a moradores, sem autorização legal, além da contratação de serviços de pedreiro em favor de terceiros.
Para o relator do processo, juiz Flávio Bernardes, “restou cabalmente demonstrado o abuso do poder econômico e/ou político praticado pelo primeiro recorrente, Edgar Xavier de Souza, atual prefeito de Santana de Cataguases, que se valeu da máquina pública de forma imoderada, visando influenciar o eleitorado e favorecer a candidatura dos segundo e o terceiro recorrentes, candidatos a prefeito e a vice-prefeito”.
Como a prefeita eleita Maria Jucélia obteve 1.599 votos (53,19%), esses votos são considerados nulos. A execução da decisão depende do julgamento de eventuais embargos de declaração.
Jucélia Baesso viajou na manhã de hoje a Belo Horizonte para se encontrar com sua advogada e conhecer detalhes do resultado do julgamento. Segundo informações obtidas na Prefeitura, ela vai recorrer da decisão. Já o ex-prefeito Edgar Xavier de Souza reiterou não ter feito nada de forma ilegal. "Todos os terrenos no Bairro São Francisco foram doados por prefeitos que me antecederam e nenhum foi penalizado mesmo sem terem uma lei autorizativa como a que tenho. A lei que aprovamos tem, inclusive, parecer social e, mesmo assim, fui condenado. Mas o que importa é que ganhamos nas urnas e saio de cabeça erguida por tudo que fizemos por Santana. Sou grato a todos que votaram e confiaram em mim, e reafirmo que não houve compra de votos e nem favorecimento à prefeita eleita", completou Edgar.
Com informações e foto de capa da Assessoria de Comunicação do TRE-MG