Em 13/02/2013 às 15h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) é referência nacional e mundial na pesquisa e desenvolvimento na área de energia renovável. Atualmente, a companhia mantém mais de 150 projetos de pesquisa, com aporte total de R$ 60 milhões, com o propósito de desenvolver tecnologias que aprimorem o aproveitamento das fontes renováveis, com baixo impacto ambiental e economicamente viáveis, presentes no território mineiro.
O mais recente fruto desta diretriz foi apresentado na última semana pelo governador Antonio Anastasia. O lançamento do Atlas Solarimétrico de Minas Gerais (clique aqui para ler mais sobre o assunto) integra os esforços do Governo de Minas para aumentar e diversificar a matriz energética mineira. Em 2010, o governador já havia lançado o Atlas Eólico.
“O Atlas Eólico dá a indicação das direções e intensidades médias de ventos. Já o Atlas Solarimétrico dá a indicação da intensidade da radiação e do número de horas médias anuais de incidência de sol”, esclarece o superintendente de Tecnologia e Alternativas Energéticas da Cemig, Alexandre Bueno.
“Certamente o Brasil, bem como Minas Gerais, tem uma posição privilegiada em termos de energia solar e temos que aproveitar este potencial. O Estado tem um conjunto de riquezas naturais a serem exploradas”, defende o pesquisador do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), José Roberto Tavares Branco.
Juntas, as duas fontes de energia – solar e eólica - são consideras as principais alternativas energéticas em Minas Gerais. “Não temos por princípio explorar fontes poluentes que não estejam alinhadas com a sustentabilidade”, explica o Alexandre.
Atualmente, 98% da energia da Cemig é de origem renovável, sendo que a maioria advém das hidrelétricas. Ainda segundo Alexandre, como se projeta o esgotamento das principais matrizes energéticas usadas no mundo, inclusive da água, é necessário buscar novas fontes.
A Cemig tem se preparado para enfrentar este cenário. A empresa possui três parques eólicos no estado do Ceará, que têm capacidade instalada de 99 megawatts, o que significa uma produção média de 50 megawatts, energia suficiente para atender à demanda de 100 mil casas ou uma cidade de 500 mil habitantes.
Na área de energia solar, o projeto do Mineirão é o mais recente e abrangente exemplo. A usina solar do estádio tem capacidade instalada de 1,42 megawatt ou uma produção média de 200 kilowatt, energia suficiente para atender a cerca de 500 casas. “Durante a Copa das Confederações, já devemos usar a usina solar para abastecer o Mineirão”, vislumbra Alexandre.
Como resultado deste comprometimento com a sustentabilidade, a Cemig tem ganhado visibilidade e notoriedade internacional. Pelo 13º ano consecutivo, a companhia marca presença na seleta lista de empresas do Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World), mantendo-se como a única empresa do setor elétrico da América Latina a fazer parte desse índice desde a sua criação, em 1999.
Fonte: Agência Minas
Nesta semana, a nona edição do ranking Annual Global 100, da revista canadense Corporate Knights, considerou a Cemig a 43º empresa mais sustentável do mundo.
Energia que vêm da terra
Outra alternativa energética considerada viável no Estado são os biocombustíveis. O biodiesel é um combustível renovável e biodegradável, ecologicamente correto, obtido a partir de fontes como a soja, mamona, dendê, girassol, caroço de algodão, amendoim, babaçu e pinhão-manso. O combustível substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores.
“Nosso foco é que o combustível seja produzido de materiais 100% renováveis. A grande vitória foi produzir biodiesel a partir de fontes renováveis dentro das normas brasileiras e internacionais”, enfatiza o também pesquisador do Cetec, Lincoln Cambrais Teixeira.
A partir de 2012, a recomendação da legislação brasileira passou a determinar o fornecimento do combustível B5 em todo o país, isto é, uma mistura de 5% de biodiesel ao óleo diesel vendido nas bombas, o que representa a abertura e o início da aceitação do mercado brasileiro ao produto.
Outra iniciativa que se destaca é o uso da energia advinda de biomassa no município de Igarapé, na região Central. Na cidade, a Cemig possui uma usina térmica capaz de abastecer a região em momentos em que os reservatórios das hidrelétricas estão abaixo do nível normal. A biomassa é proveniente de matéria orgânica, como bagaço de cana, lenha, casca de arroz, galhos e folhas que podem ser transformados em combustíveis líquidos, sólidos e gasosos.
Gás: um novo caminho
Outra frente de atuação da Cemig é a comercialização e distribuição de gás. “Em um aterro sanitário de Belo Horizonte, uma empresa italiana produz a energia elétrica a partir do gás gerado pela decomposição de materiais orgânicos e a Cemig é responsável por comercializar e distribuir. A Cemig é uma empresa de energia, e não somente de energia elétrica”, ressalta Alexandre.
Atualmente, a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) também detém a concessão para distribuição do gás natural em Minas Gerais. A companhia é resultado de uma associação entre Cemig e a Petrobrás.
Além disto, a Cemig é detentora de três licenças para a prospecção (perfuração) direta de poços de gás. Duas destas áreas estão na bacia do São Francisco, no Noroeste do Estado, e outra no Ceará.
E, junto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atualmente a Cemig também financia projeto para que seja estudada a aplicação do hidrogênio enquanto fonte de energia. Os primeiros resultados devem ser revelados ainda em 2013.