Em 14/02/2013 às 14h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Mergulhar nas cachoeiras que se espalham por esta terra maravilhosa é algo irresistível e necessário. O calor é impiedoso e seco, mas a natureza, generosa. O ponto de partida é a cidade de Pirenópolis. No coração do Brasil, ela preserva seu casario colonial, costumes e tradições que remontam ao inicio do século 18.
A pé, de mountain bike ou jipe, é possível conhecer o grande elenco de piscinas e quedas d'água cristalinas. E, naturalmente, baixar a voltagem que trazemos das grandes cidades. Para chegar às atrações, o caminho já vale a viagem: a vegetação de arbustos retorcidos, típica do cerrado, serve de moldura. E o solo, rico em depósitos minerais como o cristal de quartzo, brilha ao sol.
A melhor época para conhecer a cidade é entre maio e julho, pois as cachoeiras estão cheias e o período de chuvas já passou. Normalmente, a temporada seca vai até novembro.
Não é difícil cruzar com um tamanduá-bandeira ou uma seriema distraída, pois eles fazem parte do cenário. Quando se ouve um canto rouco de pássaro e o mesmo tiver um jeito particularmente desengonçado de voar, pode ter certeza de que é um dos muitos tucanos do pedaço. A flora, apesar de castigada sem trégua pelo sol, resiste bravamente e se descortina numa infinidade de cores, formas e frutos.
As descobertas de ouro pelos bandeirantes trouxeram os primeiros colonos à região. Em 1727, surgem as Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte. É chamada de assim porque metade de sua ponte (sobre o rio das Almas) foi levada por uma enchente. Só a partir de 1890, passou a se chamar Pirenópolis, por estar próxima (distante 22 km) da serra dos Pirineus, que abriga o parque estadual de mesmo nome.
À exemplo do que aconteceu em outras cidades coloniais brasileiras, depois do apogeu do ciclo minerador do ouro, a cidade entrou em decadência econômica, o que ajudou a preservar casarões e igrejas praticamente intactos. Em 1989, foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e, a partir de 1997, iniciaram-se projetos de restauração nos principais monumentos do centro histórico.
Cavalhadas e Mascarados
É durante a Festa do Divino que todos os anos, desde 1819, são encenadas as Cavalhadas, manifestação folclórica que representa as batalhas travadas entre mouros e cristãos. O evento é tão paramentado e tradicional que um grupo foi convidado para apresentações na França em 2005, ano em que o Brasil foi homenageado em diversas frentes naquele país. Não menos importantes e presentes no mesmo festejo são os Mascarados, que surgem por toda a parte e brincam com o povo, irreconhecíveis, vestidos dos pés a cabeça com roupas coloridas.
Fonte: http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/pirenopolis.jhtm