Em 29/01/2013 às 12h15 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A presença maciça do público na porta da Usina Cultural, já demonstrava que, apesar do mp3, da internet e da troca de arquivos, o rock pesado continua sendo o estilo com o grupo mais fiel de seguidores, que vai a shows, compra CDs, e segue sua banda favorita com devoção.
Com anfiteatro Ivan Müller Botelho completamente lotado, os bardos do Eluveitie começaram seu show com a platéia na mão. Banda e público fizeram uma verdadeira celebração do folk metal, e por alguns momentos me senti um verdadeiro guerreiro viking! O vocalista Chrigel Glanzmann, muito simpático, se comunicou com o público entre as músicas, inclusive, arriscando algumas palavras em português. Além de cantar ele é responsável pelas flautas, violas e outros instrumentos exóticos tocados pelo grupo. Ao lado da violinista Meri Tadic e do outro flautista, Päde Klister, formam o lado lírico e folclórico do grupo, que ainda é completado pelos guitarristas Ivo Henzi e Simeon Koch, o baixista Kay Brem, que agitou muito, como se estivesse em um show de punk rock, e o baterista Merlin Sutter, um destaque à parte, pois tocou com sangue nos olhos, girando sempre as baquetas e atacando sua bateria com técnica e vontade insuperáveis.
O grande número de integrantes e instrumentos diferentes, não foi problema para os músicos, que se mantiveram integrados e centrados durante toda a apresentação. A banda parece possuir um elo quase telepático com seu líder e vocalista, utilizando-o como ponto de referência e procurando encaixar seus instrumentos em torno da sua voz ou flautas. Ponto pra eles. A banda já teve inúmeras formações e seu líder Chrigel parece saber contornar bem as adversidades, sem deixar que elas interfiram na qualidade do grupo. Fica aqui, porém, a falta de Anna Murphy, que além de tocar viola de corda, era um das mais belas vozes da banda, que infelizmente, não esteve presente. Vale salientar que isso, em momento algum, tirou o brilho da apresentação.
O saldo final: mais um excelente show realizado pela Nomade Produções (leia-se Rodrigo Rocha), que continua em sua incansável luta para inserir nossa cidade no calendário internacional de shows e eventos musicais. Ponto pra ele.