Em 19/01/2013 às 12h42 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Da Agência Brasil
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse na sexta-feira (18) que a Síria está numa “espiral de morte”, depois de os seus principais colaboradores nas áreas da ação humanitária e direitos humanos solicitarem uma ação firme ao Conselho de Segurança.
“Vocês têm visto a tragédia nos vossos televisores”, afirmou Ban Ki-moon, durante um discurso proferido na Universidade de Stanford, no Estado da Califórnia, antes da reunião à porta fechada do Conselho de Segurança, conforme noticiou a agência AFP.
“A Síria está numa espiral de morte”, disse, realçando que mais de 60 mil pessoas já foram mortas numa guerra que se prepara para entrar no seu terceiro ano.
Para além da crise humanitária, a divisão entre apoiantes e opositores do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, conduziu a um impasse os esforços para procurar uma solução política para o conflito.
Ban Ki-moon disse que existiam “profundas divisões” na região e entre os 15 membros do Conselho de Segurança, onde a Federação Russa e a China têm usado os seus poderes como membros permanentes, designadamente o direito de veto, para bloquear três resoluções que impunham sanções a Al-Assad.
“Ainda estamos longe de juntar os sírios para que tomem decisões chave que apenas eles podem tomar”, acrescentou, tornando a apelar à ação do Conselho de Segurança.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, e a subsecretária-geral para os Assuntos Humanitários, Valerie Amos, já apresentaram ao Conselho de Segurança a crise que se vive na Síria e a deterioração da situação.
O coordenador da ONU para os Assuntos Humanitários na Síria, Panos Moumtzis, disse na quinta-feira (17) que, diariamente, cerca de três mil sírios vão para os campos de refugiados que a ONU montou nos países fronteiriços com a Síria. A ONU prevê que o número de refugiados sírios fora do seu país quase que duplique até junho e atinja os 1,1 milhões.
Neste momento, existem mais de 640 mil refugiados em campos localizados na Jordânia, Iraque, Turquia e Egito.