Em 16/01/2013 às 21h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
Reuters
WASHINGTON, 16 Jan - O secretário do Interior dos Estados Unidos, Ken Salazar, que ajudou a liderar a resposta do governo ao maior derramamento de petróleo na história do país, anunciou nesta quarta-feira que deixará o cargo até o final de março para retornar ao seu rancho no Colorado.
O ex-senador pelo foi empossado com a promessa de arrumar a "bagunça" no Departamento do Interior, mas foi o enorme vazamento de petróleo da BP em 2010 no Golfo do México que terminou por provocar a revisão dramática da regulamentação de perfuração offshore do país.
A saída de Salazar acontece quando o gabinete do presidente Barack Obama passa pela típica reformulação para seu segundo mandato, e será parte de uma oportunidade para refazer a equipe da área de energia.
A chefe da Agência de Proteção Ambiental, Lisa Jackson, anunciou que não ficará. O secretário de Energia Steven Chu também deve sair.
Salazar é o segundo membro hispânico do gabinete a deixar o governo, depois da renúncia na semana passada da Secretária de Trabalho, Hilda Solis.
O Denver Post, o primeiro a noticiar a saída de Salazar, disse que o presidente Barack Obama queria que ele permanecesse no departamento, que tem um papel importante na regulamentação das indústrias, como as de energia e a de mineração sobre terras públicas.
O sucessor de Salazar no Departamento do Interior, que gerencia centenas de milhões de hectares, inclusive parques nacionais e florestas, virá provavelmente de um Estado no oeste, onde está localizada a maioria das terras de propriedade federal.
Os potenciais candidatos à pasta do Interior incluem a governadora de Washington, Christine Gregoire, o ex-senador Jeff Bingaman, que foi presidente do comitê de energia do Senado, e Bill Ritter, ex-governador do Colorado.
Criado na fazenda de sua família, no Colorado, Salazar geralmente era visto ostentando seu chapéu de caubói enquanto trabalhava no Departamento do Interior. Durante sua gestão, o departamento estabeleceu sete novos parques nacionais e 10 novos refúgios de vida selvagem.
O ex-procurador-geral do Colorado foi empurrado para o centro do palco em abril de 2010, quando uma explosão em uma plataforma da BP provocou uma explosão que matou 11 trabalhadores no Golfo do México.
Como consequência, houve um vazamento de mais de 4 milhões de barris de petróleo no Golfo, enquanto a BP lutava durante três meses para tampar o poço.
Frente a um desastre ambiental sem precedentes, Salazar memoravelmente prometeu manter "a bota no pescoço" da BP durante os esforços de resposta.
A catástrofe expôs deficiências na supervisão de perfurações offshore do governo, com as autoridades admitindo que as regulamentações não tinham acompanhado os avanços tecnológicos que permitiram que as perfuradoras entrassem em águas cada vez mais profundas.
Em resposta ao vazamento no Golfo, o governo Obama implementou uma moratória polêmica de meses sobre a perfuração em águas profundas e instituiu uma série de novas regras sobre a perfuração, com o objetivo de evitar outro desastre.