Em 10/01/2013 às 12h47 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Sem acordo com a Energisa, Cataguases de Papel busca o apoio de Cesinha na solução do impasse

Empregados da fábrica durante a reunião desta manh

Empregados da fábrica durante a reunião desta manh

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Funcionários da Cataguases de Papel se reuniram nesta manhã de quarta-feira (10), nas dependências da fábrica, com João de Bem, ex-diretor, que retornou a Cataguases a pedido dos próprios empregados com o objetivo de colocar a empresa novamente em funcionamento. Em outros dois momentos delicados vividos pela Cataguases de Papel, ele estava à frente. 

 

Em 1982 João de Bem fez a recuperação econômica da Indústria Matarazzo de Papeis - que estava deficitária e seria desativada, segundo decisão da superintendência do grupo, caso não fosse revertido o quadro econômico. Em seis meses ações empreendidas por ele recuperaram a empresa, que continuou no mercado até 1992.  Naquele mesmo ano a Matarazzo de Papeis paralisou as atividades, quando todo o Grupo Matarazzo praticamente entrou em colapso. 

 

A segunda participação de João de Bem, também decisiva, foi na reativação das instalações, adjudicadas pelos funcionários em ação trabalhista coletiva, adquiridas por um grupo de São Paulo, tendo ele como negociador, que passou a fazer parte do contrato social da nova empresa Indústria Cataguases de Papel, com 4,75% das cotas, sendo seu Diretor Industrial, operacionalmente ativo até final de 2006. O representante dos trabalhadores, Jorge Luiz de Oliveira Abritta, o Jorjão (foto ao lado com João de Bem) , que vem negociando com os diretores, também participou do encontro.

 

Desde o início da crise na Cataguases de Papel, no dia 27 de novembro de 2012, quando teve o fornecimento de energia interrompido por falta de pagamento, esta foi a primeira vez que um diretor da empresa falou sobre o episódio revelando as negociações na busca de uma solução para o impasse. João de Bem contou ter apresentado uma proposta de pagamento parcelado à Energisa que não teria sido aceita por ela até o momento. Segundo informou, a Cataguases de Papel propôs pagar R$571 mil de entrada, o que equivale ao valor de uma das contas de energia em atraso, uma caução no valor de R$800 mil escalonado em 11 meses de R$133 mil. “Esta proposta é perfeitamente realizável por conta das vendas que nós temos projetadas”, garate João de Bem.

 

A Energisa, porém, quer uma garantia de recebimento das parcelas de R$133 mil, através de uma carta fiança bancária no valor de R$1 milhão. “Com esta atitude a Energisa agrava o problema social junto aos trabalhadores e seus familiares que estão sem receber salários e lutam para manterem seus empregos”, acrescentou João de Bem. Ele, que reconhece os erros da administração anterior como sendo responsáveis por levar a empresa a este estágio atual, diz estar confiante em sua recuperação. “Eu estive aqui nos piores momentos desta empresa e todos os compromissos que assumi, foram cumpridos. Agora, certamente, estou vivendo o maior desafio, mas é perfeitamente viável a recuperação da Cataguases e, por isso, estou oferecendo o que é possível cumprir”, completou o diretor.

 

Na manhã de hoje, 10 de janeiro, por volta das 8 horas, João de Bem e Jorjão abriram outra frente de ação ao serem recebidos pelo prefeito Cesinha Samor. Eles explicaram toda a situação da Cataguases de Papel, a oferta de pagamento escalonado feita à Energisa e, por fim, pediram que Cesinha interviesse no sentido de sensibilizar a direção daquela concessionária de energia a aceitar a proposta. O prefeito, segundo eles, aceitou participar das negociações e disse que entraria em contato ainda hoje com a direção da empresa a fim de agilizar a solução para o impasse.

 

Jorjão revelou que se a Energisa continuar irredutível, “vamos fazer uma manifestação em frente à sua sede, na Praça Rui Barbosa, e mobilizar toda a população, porque a Cataguases de Papel não pode fechar por causa da incapacidade de negociação dos executivos daquela empresa”, destacou. O protesto pode acontecer já nesta sexta-feira, 11, caso o prefeito não consiga junto à direção da Energisa, reverter esta situação, completou o líder dos trabalhadores. A Cataguases de Papel tem hoje 340 empregados diretos que estão sem receber salários, décimo terceiro e sem trabalhar desde o dia 27 de novembro último.

 

 

 

Matéria atualizada às 15:18h para acrescentar informação sobre a participação de João de Bem na Cataguases de Papel.

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