Em 03/01/2013 às 08h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
(Reuters) - A oposição venezuelana exigiu nesta quarta-feira que o governo informe "toda a verdade" sobre o estado de saúde do presidente Hugo Chávez, que convalesce em Cuba há três semanas depois de uma delicada operação por causa de um câncer que ameaça afastá-lo da presidência.
Depois de sua quarta intervenção cirúrgica desde que foi diagnosticado com câncer há um ano e meio, o governo informou, sem dar muitos detalhes, que Chávez sofreu uma hemorragia que foi controlada, uma infecção respiratória e uma nova complicação, produto da mesma infecção.
Ainda se desconhece qual câncer que aflige o líder socialista, a fase da doença, os órgãos afetados e que tipo de intervenção foi realizada na ilha, e Chávez não foi visto nem ouvido em público desde a cirurgia em 11 de dezembro.
"A versão oficial (sobre a saúde de Chávez), essa que oculta mais informações do que fornece e que vai, em partes, reconhecendo a complexidade do estado de saúde do presidente, é insustentável", disse Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo da coalizão opositora MUD.
"O próprio vice-presidente se comprometeu em dizer a verdade, fosse qual fosse. Bem, que o diga. Que diga toda a verdade", acrescentou o advogado de 62 anos em uma coletiva de imprensa.
O mandatário de 58 anos anunciou no começo de dezembro que um câncer na zona pélvica voltou a surgir e, dias depois, voltou à sala de operações em Cuba para uma delicada intervenção que durou seis horas.
Antes de partir para Havana, Chávez nomeou o vice-presidente Nicolás Maduro seu potencial sucessor, pondo em dúvida sua posse para o novo mandato até 2019, que obteve nas urnas em 7 de outubro.
Maduro garantiu em uma entrevista para a rede Telesur que viu Chávez forte e que voltaria na quarta-feira a Caracas, o que apaziguou momentaneamente os ânimos de quem garantia que sua visita à capital cubana era para estar ao lado do mandatário em seus últimos dias.
As especulações sobre a doença de Chávez se converteram em uma obsessão para os venezuelanos.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, que viajou na semana passada para Havana para visitá-lo, disse na quarta-feira em uma coletiva de imprensa na cidade de Cochabamba que "lhe dói muito a situação".
"A situação do presidente irmão Chávez é muito preocupante, espero que possamos vê-lo em breve nos acompanhando, mas é uma situação muito preocupante. Espero que nossas orações, nossos ritos, possam ser eficazes para salvar a vida do presidente irmão Chávez", disse.