Em 26/12/2012 às 21h51 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) divulgou, nesta quarta-feira (26), os inventários de Resíduos Sólidos Industriais e o de Resíduos Sólidos da Mineração, ano base 2011. As informações contidas nos módulos de resíduos industriais e no de resíduos da mineração referem-se ao período de janeiro a dezembro de 2011, para empreendimentos das classes 3, 4, 5 e 6 segundo a Deliberação Normativa Copam 74/2004.
De acordo com a Diretoria de Gestão de Resíduos da Feam, os inventários têm sido ferramentas importantes de gestão no Estado de Minas Gerais. Apontam os principais focos de ação no que se refere ao investimento em projetos para a busca de alternativas de destinação adequada dos resíduos industriais e minerários.
Resíduos Sólidos Industriais
As informações prestadas pelos empreendedores no Banco de Declarações Ambientais (BDA) da Feam, ano base 2011, abrangeram 21 tipologias, num universo de 1.083 empresas. As atividades obrigadas a apresentar o Inventário de Resíduos Sólidos estão definidas na Deliberação Normativa Copam 90/2005.
As tipologias com o maior número de empresas são Indústria de Produtos Minerais Não Metálicos e Indústria de Produtos Químicos. A atividade com o maior número de declarações foi a Indústria de Produtos Minerais Não Metálicos.
No total, 199 municípios mineiros apresentaram o Inventário de Resíduos de 2011, contra os 144 municípios declarados referentes a 2010, sendo que a maior parte das empresas que declararam está localizada nos municípios de Nova Serrana, Igaratinga, Betim e Contagem.
O total de resíduos industriais inventariados em 2011 foi de 210 mil toneladas, sendo 2 mil toneladas de resíduos de Classe I, considerado perigoso, e 208 mil de Classe II, não perigosos, conforme definido na Norma da ABNT 10004/2004.
Os dez resíduos Classe I mais gerados foram: rejeito mineral concentrado sulfetado, resíduos de bauxita, lama terciaria, embalagens vazias tambor e combona, resíduos vidro/lâmpadas, lodo proveniente de tratamento industrial, solventes contaminados ou não contaminados com substancias/produtos perigosos, jarosita, óleo lubrificante usado, embalagens vazias contaminadas com óleos: lubrificante,fluido hidráulico, corte/usinagem, isolação e refrigeração. Esses são responsáveis por 87,29% dos resíduos perigosos gerados no Estado, sendo que só o Rejeito Mineral – Concentrado Sulfetado corresponde a 36,88% desses resíduos, sendo gerado na Indústria Metalúrgica - Metais não ferrosos.
O inventário mostrou, também, as empresas destinam os resíduos na própria empresa (57,99%), externamente (41,82%) ou sem destino definido (0,19%), sendo que estes estão sendo armazenados temporariamente na empresa. Do total de resíduos de destinação interna 48% são dispostos em barragens de rejeito, seguido por 33,45% que são encaminhados para a incorporação em solos agrícolas, como fertilizantes.
Os rejeitos dispostos em barragens são provenientes principalmente do Beneficiamento Mineral (72,69%), Minério Estéril (17,95%) e outros resíduos não perigosos (7,40%). Os encaminhados para incorporação em solo, somente as cinzas da caldeira são responsáveis por 68,84% do total de resíduos encaminhados, seguido pela vinhaça, que correspondem a 18,86%.
Já os resíduos com destino externo são encaminhados principalmente para sucateiros e para Reciclagem Externa.
Resíduos Sólidos da Mineração
As informações prestadas referentes aos resíduos da mineração abrangeram seis tipologias e contemplaram um universo de 306 empresas. A Deliberação Normativa Copam 117/2008 determina que as atividades de lavra subterrânea, lavra a céu aberto, extração de areia, cascalho e argila, para utilização na construção civil, extração de água mineral potável de mesa, unidades operacionais em área de mineração, inclusive de tratamento de minerais, exploração e extração de gás natural ou de petróleo devem apresentar o inventário de resíduos sólidos.
Das seis tipologias passíveis de preenchimento do inventário somente a exploração e extração de gás natural ou de petróleo não apresentou nenhuma declaração, sendo que o inventário considerou então cinco tipologias. No total, 129 municípios apresentaram os dados, com concentração maior nos municípios de Poços de Caldas, São Thomé das Letras, Brumadinho, Nova Lima, Caldas, Itabirito, Itamarati de Minas, Itatiaiuçu, Ouro Preto, Pains e Papagaios. O total de resíduos inventariados, referentes ao período de janeiro a dezembro de 2011 apresentou um total de 646 mil toneladas gerados. Desse total, 428 mil são de estéril (66,29%), 184 mil de rejeito (28,52%) e 33 mil de resíduos (5,19%).
Os dez resíduos mais gerados em todas as tipologias de mineração foram finos de minério de ferro, responsável por 96,78% dos resíduos, seguido de resíduos não reciclável, resíduos contaminados com óleos e graxa, sucata de metais ferrosos, escória de forno elétrico, pneus, resíduos de madeira, resíduos de papel/papelão e plástico, resíduos sanitários e óleo lubrificante.
O inventário revelou também que a maior parte dos resíduos gerados tem destino dentro da própria mineração (97,06%), sendo que deste total, 99,65% são reaproveitados no próprio processo produtivo. Os que têm destino externo são dispostos em aterro sanitário municipal (20,81%), reutilização externa (19,32%), aterro industrial de terceiros (17,69%), insumo processo produtivo cimento (12,90%), reciclagem (11,39%), re-refino de óleo (5,51%) e tratamento biológico (3,1%).
Fonte: Agência Minas